Pesquisa Científica: Quantidades moderadas de cafeína associadas a exercícios podem fazer bem para a saúde.





Divulgação Científica

Proteção solar inusitada


31/07/2007

Agência FAPESP – A combinação de exercícios regulares e nenhuma cafeína foi adotada por muita gente que procura um estilo de vida saudável. Mas um novo estudo indica que essa pode não ser a melhor fórmula para a prevenção do câncer de pele induzido pelo sol. Quantidades moderadas de cafeína associadas a exercícios podem fazer bem para a saúde.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos, o câncer de pele induzido por luz solar é o de maior prevalência naquele país, com mais de um milhão de novos casos a cada ano.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual de Nova Jersey, Rutgers, mostrou que a combinação de exercícios e alguma cafeína pode proteger contra os efeitos destrutivos da radiação solar ultravioleta-B (UVB), conhecida por induzir ao câncer de pele. A combinação ajuda a destruir células pré-cancerosas cujo DNA tenha sido danificado por raios UVB.

Os estudos, realizados no Laboratório Susan Lehman Cullman para Pesquisas do Câncer, na Escola de Farmácia Ernest Mario, da Rutgers, serão publicados nesta terça-feira no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).

Grupos de camundongos sem pêlo, cuja pele exposta é vulnerável ao sol, foram testados em experimentos. Um deles bebeu água com cafeína (o equivalente a uma ou duas xícaras de café por dia para humanos), enquanto outro se exercitou numa roda-gigante. Um terceiro grupo foi submetido ao líquido e à corrida. Um grupo de controle não correu, nem ingeriu cafeína.

Todos os camundongos foram expostos a lâmpadas que geravam radiação UVB, a ponto de sofrer danos no DNA das células de sua pele. Algum grau de morte celular programada, conhecida como apoptose, foi observado nas células com DNA danificado dos animais de todos os grupos. Mas os que consumiram cafeína e fizeram exercícios mostraram um aumento do processo em relação ao grupo de controle.

A apoptose é o processo pelo qual as células com DNA gravemente danificado “cometem suicídio”. “Se a apoptose acontece numa célula danificada pelo sol, o processo cancerígeno é abortado”, disse Allan Conney, diretor do Laboratório Cullman, da Rutgers, e um dos autores do artigo.

Para determinar a extensão da morte celular programada entre os quatro grupos de camundongos tratados com UVB, a equipe da Rutgers observou as mudanças físicas nas células. Os cientistas também analisaram marcadores químicos, como uma enzima envolvida na morte das células com DNA danificado e um supressor tumoral.

Em comparação com os animais do grupo de controle expostos ao UVB, os que tomaram cafeína mostraram aproximadamente 95% de aumento da apoptose, enquanto os que se exercitaram mostraram aumento de 120%. Os que consumiram cafeína e fizeram exercício mostraram aumento próximo a 400%.

Os autores sugeriram diversos mecanismos em nível bioquímico que podem ser responsáveis pelos efeitos protetores da combinação de cafeína e exercícios, mas admitiram que a razão ainda é um mistério.

O artigo Voluntary exercise together with oral caffeine markedly stimulates UVB light-induced apoptosis and decreases tissue fat in SKH-1 mice, de Allan Conney e outros, pode ser lido por assinantes da Pnas em www.pnas.org.

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