VIDEO – Cafés Especiais repertagem do GLOBO RURAL sobre o Jacu Bird Coffee – O Kopi Luwak Brasileiro

25 de setembro de 2008 | Sem comentários Cafés Especiais Produção
Por: Globo Rural

Café jacu: café especial 
 
Domingo, 21/09/2008
 
Você vai conhecer a curiosa história do café jacu, do Espírito Santo.
Nossos repórters visitaram fazendas produtoras de cafés especiais no Espírito Santo.





 


O filme “Antes de Partir” mostra um milionário sistemático que aprecia um café muito especial e se admira quando sabe por um colega de quarto de hospital a sua origem: “Kopi Luwak que é o café mais caro do mundo. No povoado de Sumatra onde os grãos são cultivados existem os gatos de algalha. Esses gatos comem os grãos, ingerem e depois defecam. Os aldeões coletam e processam as fezes. É a combinação de grãos e sucos gástricos destes gatos que dá ao Kopi Luwak o sabor e aroma que são únicos”.


O café é o Kopi Luwak e o animal envolvido é um tipo de gato. O café que ele come acaba saindo no estrume. E este café agora tem a ver com uma realidade do Espírito Santo.


A Pedra Azul é um marco da região de montanhas do Espírito Santo onde vem se aprimorando ano a ano a produção de cafés especiais. E uma fazendo perto do pé da pedra tem uma novidade.


Venda Nova do Imigrantes tem marcado a presença italiana que cultua bastante as tradições culturais com origem na Europa.


Fazenda Camocim fica a pouco mais de 10 quilômetros de Venda Nova, ainda que esteja no município de Domingos Martins. São cerca de 300 hectares de café e eucalipto, com boa parte da área ainda mato.


Toda a produção no local é de café arábica orgânica. O jeito de colher café da fazenda é diferente do convencional por duas coisas.


Primeiro o café não vai no chão em cima de um pano vai direto para a peneira e só se colhe o grão cereja ou o seco, o verde fica no pé. E uma outra diferença é que chega uma hora que o colhedor deposita a peneira debaixo do pé de café, e sai pela rua caçando, olhando, procurando um outro tipo de grão.


“O que voc6e está pegando no chão”, pergunta o repórter.


“Eu estou pegando o café do jacu. O jacu vem de manhã cedo, de madrugada e como o nosso café é todo cheio de mata ele vem e come o café. E ele passa por processo no intestino e fica desse jeito. Como você pode ver, pegar na mão, ele não tem cheiro. A gente vai recolhe com uma tipóia, com um bonar de pegar bagre e a gente vem, vai catando seoparado e colocando dentro saco”, Márcio Bassani, trabalhador rural.


Ao fim de cada período os colhedores repassam de seus bornais para um saco o jacu coffee que conseguiram.


No terrero suspenso os bloquinhos com o jacu coffee são esparramados para esfarelar e soltar os grãos e ali ficam por até duas semanas. No ponto certo da seca são embalados e ficam a espera do comprador.


”E depois de beneficiado o jacu coffee fica diferente?”, pergunta o repórter.


“Ele fica com o mesmo aspecto, como se fosse um café convencional comum”, diz Rogério Lenke, supervisor da fazenda.


Hoje, no mesmo pé de café você colhe o cereja e também jacu coffee. No mesmo pé de café tem os dois.


Como é que começou esta história do jacu coffe?


A fazenda é cercada por várias matas, mata virgem e o jacu começou a migrar para comer o café e ia começar a dar prejuízo. Aí a gente chegou a pedir autorização para com eses jacus. Daí veio a notícia do café da Sumatra. Dái a a gente pegou o café de jacu fez um teste deu certo.


A tarefa agora é do câmera Jorge de Souza. Vai ter que filmar o jacu, e precisa mostrar que eles comem café e fazem o resto do serviço.


Não foi difícil ver jacus alí em volta nas árvores, fazendo até aquela zoada lá dentro. Um deles se coça, outro jacu na palmeira está espiando. Será que ele veio pelo café, que nada, o que ele quer é comer aquela semente mesmo.


Muitos dias a gente conseguiu refilmar a seqüência toda, com a pressa da reportagem aceitamos a oferta de filmar o jacu comendo o café que a gente mesmo colocou no viveiro. E comeu mesmo, com gosto.


Em coisa de 15 minutos foi ao ramo umas 10 vezes, quase nunca perdendo o bote sem espanto ou aflição.


Se engole o grão para aproveitar a polpa e o mel, o coco tem mesmo que sair e só pode ser mesmo na forma de pé de moleque que a gente viu na lavoura, o ciclo se fechou.


Henrique Sloper de Araújo, formado nos Estados Unidos em comércio exterior é o dono da fazenda Camocim.


“Qual a diferença do jacu coffee para o café da Sumatra?”, pergunta o repórter.


“A diferença básica é o processo do animal. O Sumatra ele faz uma digestão mais lenta, é um mamífero. O jacu ele faz a digestão muito mais rápido”, explica o dono.


E quanto que custa o jacu coffee? “Ele não tem preço. A gente faz o que a gente pode em uma no, é uma coisa que a natureza nos dá, a gente não tem certeza da quantidade que vamos produzir e a gente oferece aos nosso clientes e daí faz um preço de acorodo com a procura deles”, conta.


Já em São Paulo, levamos o café jacu ao centro de preparação de café do Sindicato da Cafeicultura de São Paulo. Quem vai prová-lo é a doutora Eliana Almeida, engenheira de alimentos e juradas de concursos de café.


Levamos o café jacu junto com o café da região do Espírito Santo, ambos apenas numerados, sem que a doutora Eliana soubesse qual era um qual era o outro.


Ela começou cheirando o café torrado, sentiou as outras fases até armar a mesa. Testou cada um mais de uma vez.


“Eu gostei deste café, achei que ele está com baixa adstringência, bom corpo, achei que ele é um café bem equilibrado, não tem nada nele que ressalte. Número 1. Eu daria uma nota maior para o número 2. É raro você comprar um café com esta complexidade, com esta leveza e este café número dois, parece um licor. O gosto que fica depois é mais leve. Eu daria uns 90 para o número 3 e 80 para o número 1”, afirma Eliana.


O número dois é justo o café jacu.


O café jacu, que é raro e caro, vai quase todo para a Europa e os Estados Unidos.
 
 

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