CERTIFICAÇÃO DE CAFÉ – Garantia de procedência melhora a rentabilidade

31 de outubro de 2008 | Sem comentários Produção Sustentabilidade
Por: 31/10/2008 17:10:05 - Sonoticias - Agronoticias

 

31/10/2008 17:10:05 – Sonoticias – Agronoticias


Autor: Gazeta Mercantil


Em tempos de crise, a aposta na garantia de origem pode ser determinante para recuperar parte das perdas que as commodities tiveram nos últimos meses. Produtores e consultorias especializadas no setor estimam que uma produção controlada pode agregar entre 3% e 10% na receita final dos produtos agropecuários. Além disso, a certificação da produção favorece o processo de fidelização do comprador, com a garantia de procedência e respeito às normas de produção, ambientais e trabalhistas, podendo atrair novos negócios em um mundo que consome cada vez mais baseado em critérios rígidos.


Henrique Victorelli, presidente do Instituto Gênesis, que trabalham com certificação de grãos e animais em geral, garante que a demanda por produtos diferenciados está aquecida. “Quem produz de maneira diferenciada vai conseguir acessar mercados mais remuneradores”,. diz. O instituto trabalha com os selos Global Gap e Rain Forest Alliance. “O pecuarista que possui o selo Global Gap consegue com maior facilidade acessar o mercado da União Européia, que é criterioso e remunera 10% acima do mercado”. Ele explica que o custo de certificação no setor varia entre R$ 4,00 e R$ 8,00 por cabeça, dependendo do tamanho do produtor. No caso da soja, o incremento estimado pelo Instituto Gênesis varia entre 3% e 5%.


“O sistema é tanto para o pequeno como para o grande produtor”, garante Luis Fernando Guedes Pinto, secretário executivo do Imaflora, instituto que trabalha com o selo Rain Forest Alliance. “A certificação é uma garantia de acesso a mercados cada vez mais exigentes”, explica. Victorelli observa que o sistema é usado normalmente por produtores profissionais que possuem maior controle de sua produção. “É necessário controle de entrada e saída de insumos em geral e aplicação de insumos. São feitas auditorias regularmente para acompanhar se todas as ertapas de produção”.


Isabela Becker, diretora da fazenda Daterra, especializada na produção de café e que pertence ao Grupo Dpaschoal, revela que o custo para certificação realmente pode ser alto. “Após implantado, o sistema funciona como um tipo de seguro, garantindo a confiança entre as duas pontas”. Entre os clientes da fazenda estão a torrefadora italiana Illy café e a inglesa Fortnun&mason, que possui 300 anos de tradição e fornece a bebida para a família real.


Na contramão do mercado, a diretora da fazenda explica que o sistema da fazenda favoreceu a abertura de mercados do Leste europeu neste ano. “Fechamos contrato de experiência com a Coréia do Sul e a Grécia para fornecer mil sacas. É pouco mas pode proporcionar novas compras”, diz. No total, a fazenda produz entre 60 e 75 mil sacas, variando de acordo com a bienalidade da cultura (ano de alta e outro de baixa produção). Cerca de 93% da produção são exportados para Japão, Estados Unidos e Inglaterra. “Com isso, o câmbio acaba compensando parte da queda nos preços”, explica Isabela. Em 20 anos, ela conta que foram investidos R$ 25 milhões na estrutura da fazenda, com os primeiros 10 anos absorvendo a maior parte desses recursos. No total, a fazenda cultiva 2,8 mil hectares de café.


Anderson Souza Figueiredo, diretor da consultoria em sustentabilidade Mundial Food, conta que é necessário abraçar as novas oportunidades que surgem com a crise. Entre seus clientes estão a fazenda Vanguarda Brasil, grande produtor de grãos e carnes de Nova Mutum e a Global Gap, que fornece selos para certificação. Ele explica que para quem investe, a garantia de origem funciona como uma blindagem contra crises, atraindo novas alianças estratégicas em negócios. “Até mesmo os bancos que fornecem crédito pedem, no momento da aprovação, documentos que comprovem o sistema de produção”, analisa. Segundo disse, a demanda por certificação no setor de grãos em geral tem crescido nitidamente nos últimos anos. “É um nicho que está virando tendência, avalia figueiredo


Eduardo Trvisan Gonçalves, coordenador de projetos do Imaflora, explica que as certificações crescem entre 30% e 40% ao ano. No instituto, são credenciados 40 empreendimentos com 65 mi hectares certificados. Os principais produtos são café, laranja, frutas em geral e chás.


 

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