Mercado está indeciso, seguindo outros ativos

Por: AGENCIA ESTADO

São Paulo, 7 – Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) seguem influenciados pelo ambiente macroeconômico. O mercado cedeu ontem em movimento de realização de lucro, depois de ter alcançado na Sexta-feira passada o nível mais alto em sete semanas. O fortalecimento do dólar ao longo do dia contribuiu para pressionar os preços.


O contrato com vencimento em maio/09 encerrou em baixa de 0,76% (menos 90 pontos), a 117,50 cents. A máxima foi de 119,30 cents (mais 90 pontos). A mínima marcou 116,40 cents (menos 200 pontos). O spread maio/julho movimenta o mercado, que continua com pouco volume de negócios. Na próxima Quinta-feira (9) vencem as opções para maio na ICE.


Tecnicamente os contratos continuam positivos. O mercado testou e conseguiu sair do intervalo entre 113 e 118 cents, com interesse de especuladores. O objetivo ainda é buscar a resistência a 120 cents e 125 cents. O vice-presidente da Newedge, Rodrigo Costa pondera que uma tentativa fracassada em romper 120 cents deve ser aproveitada pelos produtores para fixarem seus cafés, “principalmente aqueles que precisam se capitalizar para o começo da colheita”.


No ambiente macroeconômico, existe muita expectativa com relação à temporada de balanços do primeiro trimestre das grandes empresas nos EUA. Amanhã será divulgado o resultado da Alcoa. A expectativa é que a gigante do setor de alumínio pode enfrentar um grande prejuízo no primeiro trimestre devido à queda nos preços do metal, à redução do volume de vendas e ao declínio na demanda.


Costa acrescenta que, caso o real encontre dificuldade de trabalhar abaixo de R$ 2,20, a moeda pode sofrer uma tomada de lucros forçando uma desvalorização, que deverá provocar uma queda das cotações do café nas bolsas.


Ele ressalta que a manutenção dos diferenciais brasileiros em descontos ao redor de 23 cents abaixo de Nova York, enquanto os cafés colombianos são negociados 60 cents acima, aumentam ainda mais a diferença entre as duas (macro) qualidades.


Segundo Costa, da mesma forma que a falta do café brasileiro em épocas de retenção e geada criou uma oportunidade para que outros países produtores ganhassem uma fatia do mercado mundial que pertencia ao Brasil, o mesmo pode acontecer agora com o café colombiano. “Quem sabe este momento não sirva para que precifiquemos nossos cafés em patamares mais altos, dado que temos cafés de muito boa qualidade e em muitos casos até superiores que muitos lavados”, diz ele.


Os contratos futuros de café robusta negociados na Bolsa de Londres (Liffe) encerraram em baixa. O vencimento em maio encerrou o pregão cotados a US$ 1.563/t, com desvalorização de US$ 1 ou 0,06%. Maio continua a sustentar um pequeno prêmio sobre os contratos de julho, que fecharam o dia a US$ 1.553/t.


Mercado físico parado


A comercialização de café no mercado físico iniciou a semana com pouco interesse de compradores e vendedores. A queda dos contratos futuros de arábica na Bolsa de Nova York desanima os produtores, informa um corretor de Santos (SP).


Os futuros em Nova York, base maio/09, cederam 0,76%. Apesar de o dólar ter subido 0,54%, a R$ 2,2180, o sentimento é de que a moeda norte-americana continua enfraquecida em relação ao real.


O comentário na praça de Santos é de que as vendas foram inexpressivas ontem. No sul de Minas, circulou rumor de que a cooperativa dos cafeicultores de Varginha teria vendido a saca de 60 kg de café, tipo 6, bebida dura para melhor, a R$ 266, com 13% de catação. A Tangará teria adquirido cerca de 1.700 sacas do produto.


Os pesquisadores de Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam que a ausência de vendedores dificulta os negócios. Além dos baixos preços, produtores aguardam informações sobre medidas de apoio ao setor.


O indicador de preço Cepea/Esalq para o café arábica, tipo 6, bebida dura para melhor, ficou em R$ 263,90 a saca, em queda de 0,7% em relação à sexta-feira. O robusta tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 204,83 a saca, recuo de 0,24% no período. O tipo 7/8, bica corrida, foi cotado a R$ 199,84 a saca, queda de 0,5%.


Os contratos futuros de arábica na BM&F fecharam em baixa. Maio/09 caiu US$ 1,90, a US$ 125,50 a saca. Setembro/09 recuou US$ 1,85, a US$ 135,10 a saca.


O volume de café verde exportado em março passado apresentou elevação de 13,3%, em relação ao mesmo mês de 2008. Foram embarcadas 2,314 milhões de sacas de 60 kg, ante 2,042 milhões de sacas em março de 2008, conforme levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé). Considerando o volume solúvel embarcado, o total de café exportado pelo Brasil em março alcança 2,540 milhões de sacas, representando aumento de 8,1% ante mesmo mês de 2008 (2,350 milhões de sacas).


O Cecafé informou, ainda, que a receita cambial com o produto teve queda de 12,1% em março passado em relação ao mesmo mês de 2008. Os exportadores faturaram US$ 340,751 milhões, em comparação com US$ 387,577 milhões em março do ano anterior.


 

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