CNC debate crise com Ministro da Fazenda

09/04/2009 – O presidente do CNC (Conselho Nacional do Café), Gilson Ximenes, foi uma das lideranças do setor que, ao lado do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, estiveram reunidos, nesta quarta-feira, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tratar do endividamento da cafeicultura nacional.


“Expusemos a crônica situação financeira que a atividade vivencia pelo menos ao longo dos últimos dez anos, período em que os custos com insumos, adubos, máquinas e mão-de-obra subiram mais de 500%, enquanto o preço do café avançou pouco mais de 20%”, relatou Ximenes.


De acordo com ele, ao mostrarem a defasagem ocorrida no preço pago pela saca de café, as lideranças apresentaram os pleitos elaborados pelo setor para solucionar o passivo financeiro e gerar renda à atividade. “Defendemos a possibilidade de conversão da dívida monetária em produto físico e a implementação de um programa de Leilões de Opções Públicas de Venda”, relatou.


O presidente do CNC explicou que a conversão da dívida seria feita por um período de 20 anos, a um preço de referência de R$ 320, sem implantação de taxa de juros e com o pagamento, em sacas de café, do correspondente a 5% da dívida financeira total ao ano. “Concretizando essa proposta, daremos um passo definitivo na questão do endividamento”, disse.


No tocante aos Leilões de Opções Públicas de Venda de Café, Ximenes salientou a necessidade de suporte orçamentário na ordem de R$ 1 bilhão para a aquisição de 3 milhões de sacas. “Após definirmos a solução do endividamento com a conversão da dívida em produto, a implantação do programa de leilões é a ferramenta ideal para sanarmos o problema da falta de renda do cafeicultor”, completou.


Reportando diretamente ao ministro, o presidente do CNC alertou para a grande defasagem existente entre os valores pagos pelos cafés brasileiros e os de Colômbia e América Central na bolsa de Nova Iorque. “Nosso produto é tão bomquanto, senão for melhor que o de nossos concorrentes. Assim sendo, Mantega viu com bons olhos os pleitos apresentados porque, na condição de principal produtor e exportador, além de segundo maior consumidor mundial, ele acredita que o Brasil tem que ser protagonista no mercado internacional, dando o direcionamento aos preços”, comunicou Ximenes, que completou contando que, “para isso, o ministro reconheceu a necessidade de uma política cafeeira, a qual dê, atualmente, ênfase à estocagem”.


Finalizando, ele anotou que, na próxima semana, Guido Mantega se reunirá com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, para definir os pontos necessários à implantação das propostas apresentadas pelo setor, uma vez que o café é uma cultura que está sob orientação da pasta agrícola. “Fica a impressão de que o ministro da Fazenda está engajado em dar uma solução definitiva ao problema da cafeicultura e, após este encontro, torço e acredito que isso irá ocorrer”, concluiu.


 

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