No Dia Nacional de Conservação do Solo, Emater-MG comemora trabalho pioneiro

No Dia Nacional de Conservação do Solo, Emater-MG comemora trabalho pioneiro



Será comemorado nesta quarta-feira, 15 de abril, o Dia Nacional de Conservação do Solo. A data tem significado especial para a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) que, a partir da década de 70 passou a atuar com mais ênfase em ações de preservação do solo, nas propriedades rurais do Estado. Um dos primeiros trabalhos, foi em parceria com o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e tinha o nome de Programa de Crédito Integrado e Conservação do Solo. Com recursos da instituição financeira, a empresa pública mineira, na época Associação de Crédito e Assistência Rural (Acar), fazia o mapeamento de imóveis rurais, com base em fotografias com vista aérea. Os dados eram usados para planejar o uso e ocupação do solo das propriedades. Outro trabalho foi com o Programa Nacional de Conservação do Solo, em parceria com o Ministério de Desenvolvimento da Agrário (MDA). O programa atuava em 13 municípios do Estado.



Hoje, com o suporte e apoio do seu Departamento Técnico (Detec), a Emater-MG desenvolve rotineiramente e de graça para produtores rurais, em todo o Estado, diversos projetos de controle de erosão e aproveitamento de água pluvial, como parte das atividades de conservação de solo. O Triângulo, o Noroeste e o Sul de Minas estão entre as principais regiões do estado atendidas por projetos dessa natureza, segundo o coordenador técnico estadual de Bacias Hidrográficas, Maurício Fernandes. “Mas todos os escritórios da Emater-MG trabalham com projetos de preservação de solo”, ressalta.



Segundo o técnico, os projetos de conservação de solo desenvolvidos pela Emater-MG levam em conta as determinações de legislação ambiental, no âmbito federal e estadual. Uma das normas de legislação de meio ambiente determina que, 20% do solo de vegetação nativa precisa ser preservado. Mas além das áreas de preservação permanente, outros recursos naturais como nascentes, vegetação ciliar (nas margens dos rios) e ecossistemas frágeis da região, são considerados nas atividades de extensão rural.



“Os técnicos avaliam as condições e aptidão do solo de cada município, se ele é voltado para a agricultura, para a preservação ambiental, qual o índice de fertilidade e se o solo está em boas condições de permeabilidade e vida microbiológica”, explica Fernandes. Isso acontece também, nos projetos de caracterização de ecossistemas que a Emater-MG vem desenvolvendo em alguns municípios do Estado. Diferente do trabalho de rotina da empresa, este é remunerado por prefeituras que precisam de um instrumento para planejar o uso e ocupação do espaço municipal. Até o momento, 13 municípios encomendaram o estudo feito por técnicos da Emater-MG.



Ainda de acordo com o coordenador técnico estadual da Emater-MG, os trabalhos de conservação de solo começaram no Brasil na década de 40, com o professor da atual Universidade Federal de Viçosa, João Quintiliano, que começou a trabalhar com a preservação do solo em Minas, expandindo o trabalho para o restante do país. “Minas Gerais foi o estado pioneiro a realizar projetos de conservação do solo”, revela, acrescentando que inicialmente a preocupação se limitava aos problemas de erosão nas terras rurais.


 


 


 


“Hoje o trabalho de preservação do solo inclui cuidados com outros recursos naturais, como fauna, flora, água e bacias hidrográficas”, diz Maurício Fernandes. Um exemplo é a parceria que a Emater-MG mantém com a Copasa, no programa do Sistema Integrado de Proteção de Mananciais (Sipam), em 50 municípios, elaborando projetos de uso e conservação do solo nas bacias, onde se inserem mananciais de abastecimento público.


 


Plantio direto, prática de conservação em Sarzedo



O município de Sarzedo, na Região Metropolitana, vem conseguindo bons resultados com o plantio direto, que é uma das formas de preservação do solo. O extensionista da Emater-MG local, Dan Soares, explica que no plantio direto, o solo recebe um capim específico, o milheto, e quando ele atinge aproximadamente entre 40 a 50 centímetros de altura é aplicado um herbicida no solo. O produto queima a gramínea, formando uma cobertura na terra, que pode receber a semente de outra cultura. “O local fica coberto com a planta e isso protege contra erosão e reduz a temperatura do solo”, diz.



O extensionista afirma ainda, que é utilizado 20 quilos de milheto para cada hectare plantado. Além de aumentar a qualidade do solo, o milheto também reduz custos para o produtor, pois dispensa o uso de maquinários na produção. “O capim fica plantado até o final do ciclo da cultura e quando esse tempo acaba, o processo recomeça”, explica.



A cultura predominante em Sarzedo é a de hortaliças, principalmente o brócolis. Dan Soares afirma que o plantio direto reduz mais de 30% no custo de produção. “Antes quando não havia os projetos de preservação, o solo secava com mais facilidade”, diz. O extensionista conta que o tempo de colheita do brócolis dura três meses. O trabalho com plantio direto acrescentou um mês no tempo de produção, proporcionando lucro ao produtor. O projeto existe no município há um ano e, por enquanto, atua com três produtores, mas o objetivo é expandir o trabalho.


 



 

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