ENTREVISTA – Ampliação de linha de crédito do governo não irá beneficiar o cafeicultor endividado, afirma produtor

Por: Notícias Agricolas




O governo ampliou a linha de crédito especial para a agroindústria destinada à comercialização dos cafés arábica e robusta. A medida, que saiu no diário oficial de hoje, por meio de uma portaria do Ministério da Agricultura, informa que, a partir dessa sexta-feira (15.05), o limite de financiamento para indústrias e beneficiadores passa de R$ 15 milhões para R$ 20 milhões, mas para o produtor permanece o limite de R$ 200 mil.


Segundo o cafeicultor Silvio Nisizaki, de Coromandel (MG), isso não irá resolver o problema dos produtores. “Para nós não muda nada… Estamos endividados e há oito meses estamos correndo atrás do governo, pedindo para que ele faça alguma coisa a respeito dessas prorrogações de dividas”.


Nisizaki afirma que poucos produtores irão conseguir operacionalizar os recursos.  “Os produtores estão com restrições no banco e em cooperativas, por isso não vão conseguir acessar esse crédito. Esse dinheiro vai chegar aos bancos e vai voltar”. Ele afirma que o governo precisa liberar o crédito do Funcafé para socorrer a cafeicultura brasileira o mais rápido possível. “No dia 13 de maio, o deputado Carlos Melles, presidente da frente parlamentar do café, escreveu uma carta pedindo urgência para Ministro Mantega para que os R$ 450 milhões do Funcafé sejam liberados o mais rápido possível… Se o dinheiro fosse liberado hoje, ele ainda levaria 30 dias para chegar até o produtor”.


O produtor ainda informa que, no sul de Minas, região de Coqueiral, há produtores vendendo café a R$ 190 na praça, para quitar suas dívidas com os colhedores, quando o preço mínimo é R$ 260. “Este café é novo, está entrando no mercado agora, então, teoricamente ele teria que ter mesmo um preço abaixo de um café mais velho, mas os agiotas sabem que o cafeicultor está desesperado e oferecem este valor”. Segundo ele, os produtores não conseguem nem mais vender seu café para as cooperativas ou armazéns, porque ele já pegou dinheiro emprestado.



 

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