PRODUTORES DO SUL DO ESPÍRITO SANTO ADEREM AO PROGRAMA “”RENOVAR ARÁBICA””

Cerca de dois mil produtores rurais participaram do Encontro de Cafeicultores de Iúna, que aconteceu nesta sexta-feira (15). O evento foi uma realização do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), com o objetivo principal difundir o Programa “”Renovar Arábica”” para os produtores rurais da região.


O encontro contou com a presença do governador Paulo Hartung, do vice governador, Ricardo Ferraço, do secretário da Agricultura, Ricardo Santos, do diretor presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo, do diretor do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), Antônio Francisco Possatti, além de autoridades da Região do Caparaó, técnicos do Incaper e representantes das cooperativas.


Durante a solenidade de abertura, o governador iniciou simbolicamente a colheita do café na região. Além disso, Hartung incentivou os produtores a investir em uma agricultura sustentável para que as futuras gerações possam ter uma boa qualidade de vida.


 


Para o secretário da Agricultura, Ricardo Santos, o grande objetivo do programa é elevar a produtividade do arábica na Região do Caparaó, já que isso vem comprometendo a rentabilidade da região. “As famílias dessa região vivem há mais de 160 anos com a produção do arábica e a renovação dessa lavoura é um dos maiores desafios para o Governo. Com o “”Renovar Arábica”” pretendemos substituir, em 15 anos, os cafezais antigos por plantas mais resistentes ao tempo e principalmente às doenças, e a aceitação do produtor é fundamental, pois ele é o grande executor desse programa”, disse.


 


O diretor presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo, destacou que as tecnologias do Instituto, previstas no programa, vão impulsionar o desenvolvimento da atividade cafeeira. “Essa é uma ferramenta do Governo, que tem como desafio aumentar a produção do arábica na região, e os produtores vão poder contar com a experiência e a tecnologia do Incaper para o desenvolvimento de suas plantações”, avaliou.


 



O vice-governador, Ricardo Ferraço, destacou a preocupação do Governo do Estado em fortalecer o setor cafeeiro. “Nosso governo está comprometido com a cafeicultura e com o desenvolvimento do interior do Espírito Santo. É a confirmação do novo Espírito Santo que estamos construindo”, disse.


“Precisamos continuar avançando nessa direção. A história do café arábica é uma história de muita luta, às vezes com a estiagem prolongada, outras com as chuvas em excesso e até mesmo com a falta de infraestrutura adequada. Mas é importante avaliar os avanços que conseguimos na cafeicultura, que caminha para a certificação, por estar em perfeita harmonia com o meio ambiente e a conservação dos recursos naturais. Por isso estamos comprometidos em continuar apoiando os cafeicultores e incentivando as novas técnicas”, concluiu.


O governador Paulo Hartung afirmou que era uma alegria participar do lançamento do Programa “”Renovar Arábica””. Ele ressaltou a importância da cafeicultura para o Espírito Santo, que é o segundo maior produtor nacional. Hartung frisou que o setor contribui para harmonizar o desenvolvimento no Estado, gerando emprego e renda para mais de 300 mil capixabas no interior.


“O Renovar Arábica vai nos ajudar a enfrentar o desafio de aumentar a produtividade de nossos cafezais. Temos incentivado os produtores a investir na melhoria da qualidade e da produtividade e para isso contamos com um excelente quadro técnico no Incaper”, pontuou.


No evento foram ministradas, também, palestras sobre irrigação na cultura do café arábica, sobre o próprio programa e sobre licenciamento ambiental. Durante a programação foi apresentado um programa de financiamento para a renovação das lavouras de café arábica. O financiamento será feito pelo Banestes, pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) e Banco do Brasil, com prazo de seis anos para ser quitado.


O Programa “”Renovar Arábica””


O programa será implantado em 49 municípios, numa área de aproximadamente 190 mil hectares, em mais de 20 mil pequenas propriedades de base familiar, que envolvem, em média, 53 mil famílias.


Entre as principais metas, que deverão ser cumpridas em um prazo de 15 anos, está a renovação de 100% do parque cafeeiro de arábica, com variedades recomendadas pelas pesquisas científicas e com a utilização de boas práticas agrícolas. Com isso, será possível dar um salto histórico na produção do café arábica capixaba: dobrar a produtividade, elevando de 12 sacas beneficiadas/ha para 23 sacas e aumentar a produção de dois para quatro milhões de sacas, sem aumentar a área plantada.


O Programa “”Renovar Arábica”” está inserido no Programa Estadual de Cafeicultura Sustentável, com base no Novo Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Novo Pedeag 2007 – 2025), e recebe o apoio do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do café (CBP&D café), da GTZ, entre outros.


Cafeicultura de arábica no Estado


O Espírito Santo é o segundo maior produtor de café do Brasil e o primeiro de Conilon (7,5 milhões de sacas). A produção capixaba de café representa mais de 25% do total nacional. Se focar a produção de arábica, o Estado fica em 4º lugar no ranking nacional, atrás apenas de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, respondendo por 8% da produção nacional de arábica.


A cafeicultura é responsável por 43,6% do Valor Bruto da Produção (VBP) Agropecuária do Espírito Santo. Já o arábica representa 9,3% do VBP capixaba.


A cafeicultura de arábica é uma das principais atividades das regiões Serrana e do Caparaó, responsáveis por aproximadamente 74% da produção estadual. A atividade está presente em uma média de 20 mil propriedades, oferecendo trabalho a 53 mil famílias e gerando 150 mil empregos diretos. Mais de 75% dos produtores que cultivam esse café são de base familiar, com área de plantio estimada em 4,8 hectares, em altitudes de 400 a 1.200m.


Novo Pedeag


Promover o desenvolvimento da cadeia produtiva do setor cafeeiro é uma das metas do Novo Plano Estratégico de Desenvolvimento do Estado da Agricultura Capixaba (Novo Pedeag). As principais estratégias do Novo Pedeag são: elevar a produtividade ampliando sua base genética, promover assistência técnica aos produtores, estimular o associativismo para alcançar ganhos em valor e escala no âmbito da cadeia produtiva.


Iúna


Distante 184 quilômetros de Vitória, no sentido de Minas Gerais, em Iúna a cultura do café arábica está presente em duas mil propriedades e ocupa cerca de 17 mil hectares. Em 2008, foram produzidas cerca de 400 mil sacas de café. Para 2009, a produção esperada é de 250 mil sacas.
 

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