CAFÉ – PRIMEIRA METADE DE MAIO TEM PREÇOS MAIS ALTOS

Por: Agência Safras

A primeira quinzena do mês de maio foi de preços mais altos no mercado internacional de café. As cotações avançaram na Bolsa de Mercadorias de Nova York, que baliza os preços do grão no mundo, e também subiram no mercado brasileiro. Só não subiram mais porque o dólar teve quedas ao longo desta primeira metade de maio, o que prejudicou a formação de preços em reais no Brasil.

Na Bolsa de NY, a queda do dólar contra outras moedas, o desempenho positivo de outros mercados (diante de um sentimento mais otimista frente à crise internacional) e os fundamentos positivos do café determinaram altas consistentes para o arábica nas duas últimas semanas.

No lado fundamental, o mercado está preocupado com a oferta apertada. O Brasil está colhendo uma safra pequena em 2009 diante do ciclo bienal da cultura. Além disso, a Colômbia está com oferta menor de seus cafés lavados (valorizados em NY), e outros países também têm problemas em suas safras. E o quadro de oferta e demanda mundial já está ajustado, o que deve levar o mercado a chegar ao final da temporada com estoques bem curtos.

No balanço mensal, na Bolsa de NY, o café arábica no contrato julho apresenta valorização até o último dia 14 (quinta-feira) de 12,0%, tendo avançado de 115,90 (fechamento de 30 de abril) para 129,85 centavos de dólar por libra-peso.

O mercado físico brasileiro de café também apresentou alta na primeira metade de maio, acompanhando a valorização de Nova York. Embora entre em período de despesas crescentes com a colheita do café, os produtores estão na defensiva. Aguardam preços melhores diante deste cenário de aperto na oferta global, e especialmente com a expectativa de aumentos nas cotações a partir do momento em que forem realizados os leilões de contratos de opção de venda no Brasil. Isso tem mantido lento o ritmo de negócios, apesar da necessidade de caixa dos cafeicultores. A liberação de recursos para a colheita pode dar fôlego aos produtores.

Os preços do café no Brasil só não subiram mais em maio até agora em função da queda do dólar. Do final de abril até agora o dólar comercial já caiu 4,5%, tendo saído de R$ 2,181 e chegado ao final deste dia 14 a R$ 2,082.

No balanço mensal no mercado físico de café, o café arábica bebida boa base sul de Minas Gerais estava cotado a R$ 270,00 a saca nesta quinta-feira, dia 14, apresentando no acumulado do mês valorização de 5,9% (dia 30 de abril o preço era de R$ 255,00 a saca).


Ritmo da Comercialização


A comercialização da safra de café do Brasil 2008/09 (julho/junho) encontra-se em 91% do total. O dado faz parte de levantamento de SAFRAS & Mercado, com base em informações compiladas até 30 de abril. Em igual período do ano passado, 94% da safra 2007/08 estava comercializada. Ao final de março de 2009, como comparação, 87% da safra estava comprometida. Com isso, já foram comercializadas 45,64 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2008/09 de café brasileira de 50,25 milhões de sacas.

Gil Barabach, analista de SAFRAS, afirma que ao longo de abril o produtor assumiu uma postura mais defensiva, na expectativa da interferência do governo, confirmada somente no início de maio. “Os preços também não estimularam, com cotações em reais oscilando pouco ao longo do mês. Isso tudo explica o andamento lento dos negócios”, observa Barabach.


Uma avaliação preliminar indica que cerca de 10% a 12% da safra de café 2009/10 já está comprometida, ou comercializada, via negociações antecipadas, segundo SAFRAS % Mercado. Segundo Barabach, a idéia preliminar indica um comprometimento da safra 2009/10 ao redor de 4,2 a 4,7 milhões de sacas, de uma safra estimada por SAFRAS entre 38,2 e 41,2 milhões de sacas. Em igual época do ano passado esse comprometimento já superava os 20% da safra. As vendas com safra nova seguem a passos lentos, avalia o analista. A menor safra colhida pelo Brasil em 2009 é um empecilho às vendas, mas também não há um grande esforço por parte da demanda. Assim, as pontas seguem distantes e os negócios não avançam, conclui Barabach.

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