Contratos de opção podem salvar cafeicultores

Por: Folha de Londrina

FOLHA RURAL
16/05/2009
 
Contratos de opção podem salvar cafeicultores
Governo deverá comprar até 3 milhões de sacas de café; o objetivo é evitar a estagnação do setor pois valores de mercado não cobrem os custos da produção
 
Diante de uma sucessiva desvalorização do preço do café no mercado mundial, o Ministério do Abastecimento, Pecuária e Agricultura (Mapa) estuda comprar 3 milhões de sacas dos produtores no segundo semestre por meio de contratos de opção. que, segundo levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) estão próximos de R$ 280,00. Segundo o corretor Marcos Aurélio Bacceti, o governo estuda oferecer entre R$ 300,00 e R$ 320,00 em regime de leilão.


O contrato de opção consiste na compra da produção cafeeira pelo governo como uma alternativa diante da desvalorização do grão no mercado. O objetivo é reduzir um possível prejuízo do produtor e, de acordo com Paulo Sérgio Franzini, gerente da Câmara Setorial do Café (CSC), o preço do mercado físico está bem abaixo do mercado de produção. ”O custo vem subindo por conta da mão de obra que representa 42% do custo. Outra parte que pesa são os fertilizantes que custam 20%. Só esses dois valem mais da metade do total”, esclarece


Esta desvalorização da produção cafeeira se reflete diretamente na área de produção que está em declínio. De acordo com o levantamento de Franzini, houve uma redução de 15,2% na área plantada no Paraná entre novembro de 2008 e abril último. ”Essa redução ocorre de maneira gradativa. Como é uma cultura perene não dá para decidir de uma vez. Mas numa sequência de rentabilidades negativas o produtor está reduzindo o tamanho da safra por necessidade. A área cultivada de café no Paraná caiu e o produtor tenta erradicar as áreas menos produtivas para reduzir o custo médio”, analisa Franzini.


Para o gerente da Câmara Setorial, outro fator preponderante é condição de commodity que o café ocupa. ”Os agrícolas trabalham em nível internacional junto com o dólar”, aponta. Ele afirma que por meio de ”previsão de produção no período”, há alguns anos atrás, era possível analisar o mercado futuro. ”Confrontava-se o estoque com a média de consumo. Hoje esses fundamentos foram por terra”, completa. Segundo ele, as razões do mercado global falam mais alto e ”quando acontece uma valorização lá longe, o mercado local acaba sendo afetado. Antes era produção, consumo e estoque que regiam e não estão valendo mais”.

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