Cafeterias resistem à crise no Reino Unido

18 de maio de 2009 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: 12/052009 - Valor Econômico

Graham Barclay/Bloomberg News


A rede inglesa Costa abriu 150 novos pontos no Reino Unido em 2008 e pretende inaugurar mais 100 em 12 meses


Pode chamar de a corrida da cafeína, mas o crescimento das cafeterias não dá sinais de estar sendo prejudicado pelo clima de recessão que impera nas ruas centrais das grandes cidades do Reino Unido. Casas continuam abrindo e os preços estão se mantendo em alta.


A Allegra Strategies, que vai realizar na semana que vem um encontro para discutir a indústria do café, estima que existem hoje no Reino Unido 3.712 cafeterias de marca, um crescimento de 3,7% sobre outubro do ano passado e de 6,4% sobre maio de 2008.


Na abertura de novos negócios, a corrida está sendo liderada por Costa Coffee, Starbucks e Caffè Nero. Sozinha, a Costa (rede fundada em Londres em 1971) abriu 150 novos pontos de venda no Reino Unido no ano passado e pretende abrir outros 100 nos próximos 12 meses.


John Derkach, diretor-gerente da Costa, diz: “Há muitas partes do país onde as pessoas não têm uma Costa Coffee. Mais pessoas estão aderindo porque a experiência de frequentar uma cafeteria valoriza muito o dinheiro dos consumidores. Por duas libras você pode conseguir 45 minutos de paz e sossego num ambiente legal.”


As casas independentes que operam no segmento de luxo também estão se saindo bem. A fila do lado de fora da Monmouth Coffee Company no Borough Market, na zona sul de Londres, sai calçada afora quase todas as manhãs, apesar da decisão da gerência de manter os preços altos, o que quer dizer 2,30 libras por uma xícara de cappuccino básico. Sean, um cliente que aparece todas as manhãs, diz: “Este é o meu mimo diário.”


James Hoffman, barista campeão mundial de 2007, abriu a Square Mile Coffee em junho de 2008 para suprir cafeterias independentes de Londres com marcas superiores. Apenas nove meses depois, a casa registrou seu primeiro lucro mensal.


“Trabalhos apenas com pessoas dispostas a se esforçarem para servir uma boa xícara de café “, diz Hoffman. “Isso representa uma pequena porcentagem do mercado independente.”


Greg Feehely, diretor de análises da Altium Securities, afirma que os britânicos foram agora “fisgados” por seus preparados diários. “As pessoas podem não comprar um carro novo ou uma máquina de lavar roupa, mas continuarão comprando seu cafezinho”, explica ele.


Isso não quer dizer que o mercado não esteja difícil para as cafeterias normais, que estão se vendo espremidas entre as cafeterias independentes do segmento mais sofisticado e as grandes redes. Os grandes perdedores são os pequenos cafés, pubs e cafés independentes que vendem um café mediano por preços medianos, segundo Feehely. “Os pubs deveriam ter mudado com o tempo”, observa ele. “Um dos motivos dessa indústria do café de 1 bilhão de libras ter surgido é que o mercado dos pubs não evoluiu.”


Mas aqueles que estão no negócio das cafeterias não estão imunes ao aperto de crédito. Alan Wright e sua esposa Linda, donos da Calypso Coffee, vêm suprindo cafeterias de todo o país com grãos e máquinas há cerca de dez anos, a partir de sua base em Norfolk. As vendas estão crescendo 20% este ano e eles estão buscando aprovação das autoridades para triplicar o espaço da loja e o showroom para 900 metros quadrados.


Entretanto, os lucros estão caindo porque os Wright foram forçados a fornecer financiamentos aos clientes que tiveram seus pedidos de empréstimos recusados pelos bancos e, assim, não teriam como comprar as máquinas vendidas pelo casal. “Na verdade eu faço o financiamento para o banco”, afirma Wright. 

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