Consumidor passa a optar por produtos de marca própria com o advento da crise

20 de maio de 2009 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: 19/05/2009 15:05:05 - O Documento

Produtos de marca própria têm sido um ótimo negócio para fabricantes, varejistas e consumidores. Prova disso são os dados da Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro), que estima um incremento de 20% para estes artigos em 2009. Para a associação essa impulsão nas vendas se deve, principalmente, pela crise econômica, que leva o público a buscar itens mais baratos neste período.


Os produtos de marca própria são aqueles comercializados exclusivamente por uma determinada rede varejista, e de acordo com a Abmapro chegam a custar até 30% menos que os das marcas líderes. O segredo são os custos reduzidos em distribuição, divulgação e gestão da marca. “Como na crise o orçamento do consumidor fica mais apertado, é natural que ele escolha itens econômicos, mas que também ofereçam qualidade”, afirma Neide Montesano, presidente da Abmapro. “Daí a migração para a marca própria.”


Os maiores protagonistas do mercado destes artigos são as grandes redes de supermercados. Em Mato Grosso, a empresa que desde o ano 2000 investe nesse setor é a rede de Supermercados Modelo, que hoje conta com duas linhas de marcas próprias, a Modelo, com itens como café moído e leite in natura, e a Alliance, que está presente em seções como mercearia, limpeza e higiene.


Na visão do diretor Comercial do Modelo, Altair Magalhães, independentemente da crise, a procura pelas linhas exclusivas já vinha crescendo, e a meta da rede é de crescimento de 10% ao ano, e é com esta previsão que eles trabalham em 2009. “A crise é um fator que contribui para que o consumidor volte sua atenção a esses itens”, garante.


Altair acredita que outro diferencial que impulsiona este segmento é o fato de investirem e reforçarem a apresentação de rótulos e a exposição mais agressiva nas lojas. “Isto tudo dá maior visibilidade e crescimento nas vendas. Já que são produtos de qualidade igual ao líder, contudo, com posicionamento entre 10% a 15% mais barato, ou dependendo do artigo, o mais barato da categoria”, explica.


Quem também anda em busca de sua identidade própria são as lojas de materiais para construção. Exemplo disso é o Grupo Todimo, que iniciou seu trabalho em 2008 com a linha Decor, que incluem porcelanatos, torneiras, lixeiras e acessórios para pintura.


Nas palavras do gerente de Marketing do Grupo, Tiago Guimarães, a empresa resolveu se lançar nesse mercado por ser uma tendência cada vez maior das lojas varejistas do mundo. “Só para se ter ideia na Europa o faturamento das redes varejistas com itens das marcas próprias é de 50 %, e nos Estados Unidos de 25%”, revela.


Quanto ao crescimento da empresa, Guimarães confia que o aumento nas vendas seja maior que o previsto. “Lançaremos mais marcas e teremos um trabalho com foco nessa alternativa para o cliente, com uma proposta de valor agregado, ou seja, preços próximos dos líderes que oferecem vantagens superiores”, declara.


LARES BRASILEIROS


A quantidade de itens de marcas próprias aumentou 31% entre agosto de 2007 e julho de 2008. Isso quem diz é a AC Nielsen, que em seu 14º Estudo Anual de Marcas Próprias revelou também que os produtos de private label, como são conhecidos, estão cada vez mais presentes nos lares brasileiros. Segundo o estudo, quase metade das residências do País (48,9%) – o que equivale a aproximadamente 18 milhões de domicílios –, utilizam produtos de marca própria.


De acordo com a Abmapro, os itens mais vendidos são os de alimentação e limpeza. A dispensa da aposentada Dulce Costa comprova essa escolha pelo consumidor. Há cerca de dois anos, na hora das compras, ela passou a optar por esses itens. “Economizo aproximadamente 15% na conta e continuo consumindo qualidade. Com a crise estendi este hábito para o setor de higiene pessoal. Oferta é o que não falta”, afirma.


O “BOOM” COMERCIAL


Quando surgiram no Brasil, na década de 80, os produtos de marca própria tinham os preços mais baixos do mercado, porém, não havia um posicionamento da marca. Hoje o cenário mudou. As empresas varejistas criaram diferentes marcas próprias para atender a cada tipo de consumidor.


Dessa forma, os públicos das classes A, B e C parecem ter superado a desconfiança e hoje esse é o perfil do comprador das linhas exclusivas. “Com a crise, cada vez mais esses consumidores devem abastecer o carrinho com essas mercadorias, pois eles já experimentaram e sabem que é uma compra segura”, afirma Neide Montesano, presidente da Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro).


 
 

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