Governo de Minas cria Centro de Trainee para comercialização de café no Sul de Minas

 


Como líder absoluto na produção de café com 50% da produção nacional, Minas Gerais está preparando profissionais capazes de auxiliar cooperativas e produtores individuais na comercialização da mercadoria. A iniciativa inédita do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, resultou na criação do Centro de Trainee em Mercados. É uma parceria do Pólo de Excelência do Café e Universidade Federal de Lavras (Ufla), no Sul de Minas. A coordenação é do professor Luiz Gonzaga de Castro Júnior, do Centro de Inteligência em Mercados (CIM), ligado ao Departamento de Economia e Administração (DAE). 


Segundo o gerente executivo do Pólo do Café, Edinaldo José Abrahão, o projeto de R$ 100 mil para preparar profissionais é uma necessidade do mercado e foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas (Fapemig). “Os profissionais das ciências agrárias produziam bem, mas vendiam mal”, disse Abrahão ao explicar a necessidade de profissionalizar a comercialização do café, conforme definição do Plano de Negócios. As cooperativas Agrícola Alto Rio Grande (CAARG), de Lavras, e dos Pecuaristas Agricultores e Cafeicultores de Minas Gerais (Coopacafé), de Perdões, já estão ligadas ao projeto e outras poderão ser beneficiadas.


De acordo com o professor Luiz Gonzaga, o curso pretende aliar teoria à prática, deixando os alunos familiarizados com a realidade da produção e do mercado. São 64 trainees da Ufla e das escolas técnicas federais de Muzambinho e de Machado, selecionados a partir da disponibilidade do candidato, que precisa estar matriculado regularmente numa instituição de ensino, além de se interessar pelo funcionamento dos mercados. O treinamento dura seis meses com aulas e orientação dos professores da Ufla e prestação de serviços por parte dos trainees. Nesse período, os futuros profissionais elaboram boletins estatísticos, fazem análises de mercado e custos de produção, além de estudarem as condições econômicas e sociais para orientar as cooperativas e produtores na tomada de decisões.


Conforme o gerente do pólo, a primeira turma irá concluir o curso em julho e os novos profissionais — cuja maioria já está sendo aguardada pelo mercado — irão atuar na Cédula do Produtor Rural (CPR) e no mercado futuro. Ou seja, será ampliada a comercialização do café antes mesmo da colheita do produto, utilizando a Bolsa de Valores, Mercadoria & Futuros (BM&F). 


Liderança


Em 2008, a produção mineira de café chegou a 23 milhões de sacas, cerca de 50% da safra nacional. O café é o segundo produto mais exportado em Minas, ficando atrás apenas do minério de ferro. No primeiro trimestre de 2009, o café foi o responsável por 15,63% das exportações, movimentando US$ 675,7 milhões, segundo a Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg).

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