Pratini destaca potencial do agronegócio no País

Ex-ministro disse que crise é oportunidade para o Brasil

“O Brasil deve apostar na ideia de suprir o mercado de alimentos no mundo”, afirmou o ex-ministro da Agricultura  e presidente do Comitê de Estratégia Empresarial do grupo JBS Friboi, Pratini de Moraes. A declaração – feita durante palestra realizada ontem, no Recife – fez alusão ao potencial que o País possui para investir no agronegócio, uma vez que em todo o mundo a produção agrícola tende a cair nos próximos anos por conta da escassez de água e de área para plantio, ao contrário do que deve acontecer no Brasil.

“Vejo a crise como uma oportunidade para o Brasil desenvolver e fortalecer outros mercados, principalmente o agronegócio. Os Estados Unidos, por exemplo, têm muita tecnologia, mas não têm água. Nosso País, além de ter muita água, conta com tecnologia e logística para ampliar a produção”, incentivou. Segundo Pratini, o Brasil é o País que menos utiliza terra para a produção agrícola. “Temos ao todo 220 milhões de hectares de terra e usamos apenas 140 milhões, o que representa 7,5%. O plantio da cana-de-açúcar, café e fruticultura ocupa 1,9% deste percentual. Os pecuaristas e agricultores são artífices do salda da balança comercial brasileira”, enfatizou.

Até 2017, segundo o ex-ministro, o crescimento da demanda por alimentos nos países emergentes será de 27%, enquanto nos ricos subirá para 6,3%. “A alternativa futura será a comercialização de alimentos para os países emergentes, por isso é importante o incentivo à produção. O Brasil é a última fronteira agrícola do mundo. O mundo precisa de nós para comer”, alertou Pratini.

O ex-ministro declarou que o Porto de Suape é um instrumento importante para exportação, porém, para o governo, as importações devem ser intensificadas porque isso acarreta na arrecadação de ICMS para o Estado. “Suape é um forte meio de alavancagem das exportações, mas, para promover Pernambuco como um bom canal de logística, a importação é essencial. O grande ativo da economia brasileira é o mercado interno, já que exportamos 20% da produção e o restante é consumido aqui”, disse.