Cidade
Túnel do tempo
O último barão Produtor resiste ao avanço da cana e é o único em Ribeirão que ainda vende café
As grandes propriedades cafeeiras já não existem mais em Ribeirão Preto como na época em que a cidade era conhecida como Capital Mundial do Café, mas, apesar disso, a prática da produção do grão para comércio ainda resiste no sítio do agricultor Pedro Pinto Coelho. Os 30 hectares de plantação rendem uma pequena parcela do que já foi produzido na cidade — sua propriedade é a única que ainda comercializa café em Ribeirão.
Coelho adquiriu o sítio Bela Vista do Paraíso, em Bonfim Paulista, há 34 anos. Comprado de um herdeiro dos antigos cafeicultores, o sítio ainda guarda características das grandes propriedades nos secadores de café e nas máquinas de beneficiar.
Para Aloízio Ribeiro Olaia, historiador e ambientalista, o café é responsável por Ribeirão ser o que é hoje. Ele escreveu recentemente o livro
Apesar da inviabilidade da produção de café e escassez de mão de obra especializada hoje, Coelho não pretende abandonar a produção. “De maio a agosto é a época da colheita. É uma época bonita, ver a plantação colorida. Tomei gosto por esta cultura, mas sei que não tem futuro.”
ECONOMIA. Depois de mais de cem anos, Ribeirão mantém características econômicas com base em produtos agrícolas. Segundo Carlo Monti, coordenador do curso de pós-graduação em história, cultura e sociedade da Barão de Mauá, isso traz vantagens e desvantagens. “Hoje é a cana a principal atividade na região. E isso tem vantagens na questão do desenvolvimento, mas também desvantagens como a concentração de terras e problemas ecológicos.”
MUSEU DO CAFÉ. Ribeirão Preto comemora o Dia Nacional do Café com um evento no Museu do Café. Além da apresentação de chorinho, mudas de café serão plantadas no local. Haverá também palestras e um concurso de culinária com receitas inéditas feitas com café. A comemoração acontece hoje das 9h às 12h.
A decadência do café em Ribeirão
2 mi de arrobas de café foram produzidos na cidade entre 1904 e 1905
65 mil pés de café são mantidos pelo maior produtor de café de RP hoje
48 mil quilos de café são produzidos em média para venda em Ribeirão
Descaso com monumento que simboliza era do café resume atual situação
Na praça que recebeu o nome de um dos reis do café em Ribeirão, Francisco Schimidt, a Maria Fumaça, símbolo do período cafeeiro em Ribeirão, é objeto de descaso. O lixo e o mau cheiro chamam mais atenção do que o monumento.
Apesar da boa situação da iluminação e parte estrutural da praça, os restos de comida, de plástico e papel se destacam. O descaso é aparente não apenas ao redor, mas também no interior da Maria Fumaça. Para o aposentado Álvaro Barrado, que frequenta o local todos os dias, falta consciência por parte dos ribeirão-pretanos. “A Maria Fumaça foi