Prejuízos na safra agrícola chegam a R$ 516 milhões

Por: A Tarde Online

Seca no período de plantio e excesso de chuvas na hora da colheita foram prejudiciais às safras principalmente de soja e algodão, as maiores da Bahia. A perda estimada para este ano é de até 20% na produção de soja, de 10% na de algodão, enquanto o milho se manteve estável, segundo diagnóstico parcial das safras 2008/2009 divulgado pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba). O prejuízo na produção da soja e algodão será da ordem de R$ 516,79 milhões, informa a Aiba.


O superintendente de políticas do agronegócio da Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia (Seagri), Jairo Vaz, viajou na segunda-feira, 1º, para o município de Luís Eduardo Magalhães, onde tem uma reunião técnica com representantes da Aiba.


“Estes dados divulgados não são números oficiais. Ainda nesta semana, divulgaremos os número oficiais coletados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e poderemos confrontar estes resultados com a análise feita pelos produtores”, comentou o superintendente da Secretaria da Agricultura.


Proporcionalmente, a cultura que mais acumula perdas, segundo dados da Aiba, é a soja, com queda de 20% na produção em relação à safra do ano passado.  A cultura, que ocupa 58% da área plantada do Estado, sofreu com a estiagem no período de plantio e com as chuvas na fase de colheita. De acordo com a análise da Aiba, as variações climáticas podem ter impacto de 5% a 20% na perda da safra.


Doenças — Além disso, foram registrados casos de doenças, como o mofo-branco e a ferrugem. Só a ferrugem pode comprometer de 2% a 5% da produção estimada. O conselho da Aiba avalia que se não fossem as recentes chuvas, este prejuízo seria contornado, já que a colheita evoluiu bem até atingir 50% da área plantada. Mas a produção das últimas áreas está sendo recusada pela indústria pela baixa qualidade dos grãos.


O algodão também registrou queda, apesar de menor em relação a soja, 10% se comparada à produção anterior. Neste caso, segundo a análise da Aiba, as chuvas de novembro e dezembro acabaram provocando o atraso no plantio. A estiagem em fevereiro foi favorável, mas as chuvas de abril provocaram o apodrecimento das maçãs. 


A estimativa de produção é 13% menor que a safra passada e 10% inferior à estimativa inicial, feita em outubro do ano passado. A área cultivada também foi reduzida, já que muitos produtores desistiram em função das dificuldades encontradas no plantio por causa do excesso de chuvas.


Crise global – O milho foi a cultura que manteve o melhor desempenho na safra de 2008/2009. A média de produção foi mantida, de 118 saca por hectare na safra passada para 120 sacas por hectare nesta. Mesmo assim, dificuldades esperadas como consequência da crise econômica mundial, a área plantada sofreu redução em 5 mil hectares. Mas, ainda assim, o resultado é considerado positivo, já que as primeiras estimativas indicavam perda de quase 7% em relação à safra anterior.


O diretor técnico da Aiba, Antônio Grespan, afirma que a estimativa anterior se baseou na utilização de menor pacote tecnológico pelos produtores, devido à descapitalização de alguns com a falta de crédito no final do ano passado, além do aumento significativo nos fertilizantes, entre eles os três indispensáveis na cultura do milho: nitrogênio, fósforo e potássio.

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