Com influência da alta do dólar, café cai 700 pontos na Bolsa de NY

O café caiu 700 pontos, assustando os investidores e os cafeicultores, mas hoje se recupera em 150 pontos, o que não é suficiente para cobrir o buraco de ontem. É o que afirma Alexandre Nahum, analista da Corretora Terra Futuros. “O que a gente teve ontem foi uma realização maciça de fundos, zerando posições compradas, porque você teve na subida também um exagero. Quando a gente estava subindo o café com base em Nova Iorque, ele deveria ter parado o julho em torno de 130 a 135. Aquele exagero que a gente teve em Nova Iorque em até 142 foi uma compra excessiva de fundos a preços muitos caros. Ontem, a gente teve uma devolução desses lotes e vamos ter que pagar a conta agora vendo o mercado escorregar em plena entressafra”.

Nahum explica que o café está próximo de um suporte muito importante em Nova Iorque que é a faixa de US$ 123,70 por libra-peso, com base no mês de setembro, e abaixo dele, tem quase mil pontos para cair. “Se o café conseguir se segurar por aqui, e existir pela frente algum evento, que seria, por hora, clima para trazer um pouco de compra para o mercado, a gente pode ter um pouco de calma e o mercado se estabiliza na faixa que está hoje”.

Em virtude da crise financeira mundial, faltou dinheiro no mercado para ter venda de café antecipada. “Agora, nós estamos vendo uma pressão de venda de físico justamente pela falta de financiamento lá atrás, e é isso que está derrubando o preço. O café está no pé, o produtor precisa colher, e a colheita é a parte mais cara da cafeicultura hoje, mas o cafeicultor está colhendo, não tem como escapar dela”, conclui o analista.