ENTREVISTA – Barista de primeira!

25 de junho de 2009 | Sem comentários Barista Consumo
Por: Terra Brasil


Criado em Qua, 24/06/2009

Por Vila Sucesso



Divulgação




O preparo do saboroso cafezinho é considerado uma arte para muita gente.


E nós, brasileiros, não somos apenas experts no cultivo de grãos e na preparação de cafés gourmet e especiais. Uma nova safra de profissionais, conhecidos como baristas, conquista espaço no mercado nacional, afinal, de que adianta um café de qualidade se não há um bom artista para extrair tudo que ele tem de melhor?


Considerados os “sommeliers” da bebida, os baristas não sabem apenas preparar bons expressos e capuccinos, também criam drinques de vários tipos e até estudam a origem e qualidade dos grãos. A profissão existe há mais 70 anos na Europa e começou recentemente no Brasil por meio da Associação Brasileira de Cafés Especiais.


O domínio do preparo na máquina passa por uma série de detalhes, imperceptíveis aos olhos de quem aguarda um expresso quentinho. Nessa hora, apenas olfato e paladar são estimulados pelos expectadores.


Além de trabalhar em cafeterias, baristas ainda atuam como professores em treinamentos, cursos, palestras ou até participam de campeonatos. Nas competições, o Brasil tem dois grandes nomes, um deles é Silvia Magalhães, tricampeã brasileira e 6ª colocada no Campeonato Mundial de Baristas, realizado em Tókio, em 2007 – a melhor posição já conquistada pelo Brasil.


Este ano, na oitava edição do brasileiro, a vencedora foi Yara Thaís Castanho, 25 anos, barista da Suplicy Cafés Especiais que também conquistou a 18ª posição no último World Barista Championship, realizado em abril, nos Estados Unidos. Na etapa brasileira, Yara concorreu com 23 profissionais de outros estados, entre homens e mulheres.


Em entrevista ao Vila Sucesso, Yara conta como ela se preparou para a competição e mais detalhes da profissão de barista.


Por que você escolheu seguir essa carreira ?


Na verdade ainda estou fazendo faculdade e o barismo surgiu por acaso. Sou estudante de Direito no Mackenzie. Fiz estágio em Direito de Família e comecei a fazer cursos de capacitação: treinamento com Sherri Johns, Polina Vladmirova e Irina Puzachkova (finalista do WBC e juíza do coffee in good spirits mundial), workshop com Paul Basset (campeão mundial), Halvard Amble e Rasmus Helgebostad (campeões noruegueses e membros do time nórdico de barista) e Stephen Morrissey (campeão mundial 2008). Depois tive uma oportunidade no Suplicy e estou até hoje.


As competições são bastante acirradas? Exigem um bom esforço dos profissionais?


Sem dúvida. Para se ter uma ideia, a gente precisa servir em 15 minutos, quatro cafés expressos, quatro capuccinos, bem cremosos de preferência, e quatro bebidas de criação própria. E durante o preparo ainda explicar a origem dos grãos usados. São sete pessoas que te julgam. Alguns veem a parte técnica e outros analisam o sabor do resultado final.


Quais drinques você preparou no campeonato brasileiro?


Fiz um chopp de café: doce de leite de cabra, capim limão, gelatina sem sabor e espresso, tudo no sifão e servido em uma mini-taça de chopp. No mundial fiz uma granola com leite, mel, pecan, amêndoas, coco ralado, fava de baunilha, tudo no fogo, mas sem deixar ferver. Fiz um espuma com gelatina e coloquei em cima do expresso e um copinho de 10ml com compota de frutas vermelhas. Era um drinque para ser tomado em duas etapas. Eles combinavam muito com o café que escolhi para a apresentação. A base de tudo é o café.


Você teve que mudar a sua rotina para se preparar para o campeonato?


Foi uma loucura! Tranquei a faculdade por um semestre, aluguei uma sala somente para o treinamento, com a máquina oficial Aurelia da Nuova Simonelli. E ainda contei com a ajuda do campeão mundial 2008, Stephen Morrissey. Me dediquei 100%.



O que te proporcionou o campeonato?


O que eu acredito ser o mais bacana na profissão de barista: conhecimento e ter a chance de “educar”. Parece bobagem, mas quando você ganha um título, as pessoas têm mais interesse em ouvir o que você tem a falar. Campeonato traz motivação, você se sente valorizado, vê que seu esforço valeu a pena.


Por Juliana Lopes


 

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