CAFÉ: PREÇOS DO CAFÉ CAEM NO MERCADO EM BUSCA DE CONSOLIDAÇÃO

Por: Agência Safras

Depois de recentes quedas abruptas e preocupantes para os produtores de café, nos últimos dias o mercado internacional mostrou estar buscando uma acomodação ou consolidação de novos patamares de preços. A Bolsa de Mercadorias de Nova York, que baliza as cotações do café arábica no mundo, apresentou novas perdas no acumulado da semana, mas nada tão expressivo. As sessões em NY foram marcadas por poucas novidades e cotações trabalhando dentro de margens relativamente estreitas. O feriado antecipado de 4 de julho nos Estados Unidos (Dia da Independência), nesta sexta-feira, contribuiu para um ritmo mais moroso na bolsa.

Ainda que não houvesse grandes perdas nos últimos dias, somando essas baixas com as outras de recentemente ocorreu que os preços nesta quinta-feira (02/07) em Nova York atingiram os níveis mais baixos em dois meses. Alguns fatores importantes estão sendo indicados como de

Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a entrada da safra brasileira com a colheita evoluindo bem é um fator importante de pressão sazonal sobre as cotações. Mesmo com a safra sendo menor na temporada diante do ciclo bienal, é inegável o fator negativo com a entrada da safra do maior país produtor e exportador do mundo. A ausência de riscos de geadas ou de frio mais intenso até agora no inverno brasileiro também se constitui em fator de pressão pra baixo nas cotações em NY, que sempre especula com essa possibilidade neste período.

Além disso, o Brasil continua exportando grandes volumes mensais, não dando sinais de arrefecimento. “Ao final da temporada comercial 2008/09, no último dia 30 de junho, o país deve ter embarcado mais de 30 milhões de sacas, entre verde e solúvel. Há, assim, uma certa ressaca de café brasileiro, com indústrias mais interessadas em produto de outras origens”, comenta o analista.
     “Outro aspecto sazonal, embora menos evidente, mas nem por isso sem importância, é o período de calmaria compradora das indústrias. É verão no Hemisfério Norte, o que leva a uma acomodação no ritmo de compras das indústrias européias, japonesas e norte-americanas”, lembra Barabach, como outro fator baixista.
     Para o analista, a junção de demanda acomodada, por conta do clima mais ameno, e indústria bem abastecida de café brasileiro dá mais dramaticidade às forças sazonais e isso tem refletido de forma mais significativa sobre as cotações internacionais, superados os traumas da crise financeira. 
    Gil Barabach pondera que, se neste momento o mercado não encontra facilidade para subir, também não apresenta novos motivos para seguir caindo na mesma intensidade. Isso ocorre primeiro porque o mercado já recuou bastante, precificando a chegada da safra brasileira e a tranquilidade momentânea no abastecimento. O mercado devolveu, praticamente, toda a alta acumulada arduamente ao longo de todo o mês de maio, afirma. Em segundo lugar, prossegue, “porque o fornecimento de café lavado continua prejudicado, devendo se normalizar somente a partir de outubro com a chegada de café novo dessas origens”, como Colômbia e América Central.
     No balanço da semana em NY, o contrato setembro fechou a quinta-feira (02/07) a 117,80 centavos de dólar por libra-peso, tendo queda de 2,0% no comparativo com a quinta-feira anterior (25/06), quando o mercado fechou a 120,25 cents.
     O mercado físico brasileiro esteve em linha com NY. No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa safra nova caiu de R$ 245,00 a saca em 25 de junho para R$ 240,00 a saca em 02 de julho, o que significa uma queda no comparativo de 2%.

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