BARISTA – Café com Batom

13 de julho de 2009 | Sem comentários Barista Consumo
Por: Guia da Semana
















     

Só dá mulher quando o assunto é Campeonato Nacional de Baristas





Por Rafael Andrade Jardim





















Arte: Fernando Kazuo/ Guia da Semana



Parece que aquela tradição de toda mãe, da dona de casa, “passar” um cafezinho para a visita resultou em DNAs femininos seletos para o mundo dos cafés. Meses atrás, a jovem Yara Castanho faturou o Campeonato Nacional de Baristas. Exceção aos intrometidos Otavio Linhares e Léo Moço, só deu Elas entre os seis finalistas da competição. Seguindo pelo ranking, entram na lista mais duas moças. (Confira classificação abaixo).

A bebida preparada pela moça recebeu o nome de Antítese. A receita leva espresso, leite integral, gemas de ovos, açúcar, creme de leite fresco e flores secas de lavanda, para dar o toque feminino. Como prêmio, recebeu o direito de participar do World Barista Championship, em Atlanta, nos Estados Unidos, de onde voltou com um honroso 18º lugar.

Considerados os somelliers dos cafés (somelliers são os especialistas em vinhos), o barista ganha espaço em casas especializadas. “As pessoas estão buscando mais qualidade. Não basta deixar garrafa térmica com café gratuito”, explica Yara. E se esse pensamento só chega ao Brasil agora, pois nos Estados Unidos e em países da Europa, como a Itália, por exemplo, o mercado para esses profissionais só não é mais antigo do que o próprio ato de coar café.

Arte: Fernando Kazuo/ Guia da Semana
 



A campeã do Nacional – 2008/2009 aposta no avanço do setor com essa nova mentalidade. “Houve a percepção de que precisa-se, sim, de um profissional capacitado para extrair um bom espresso”.


Sexto sentido
Algumas certezas sobre o trabalho do barista existem. Ele é o responsável pelo preparo do espresso e bebidas à base do grão e, diz Tatiana Rodrigues, quarta colocada do Nacional deste ano, sua missão é transmitir o verdadeiro conceito da bebida para seus apreciadores.

Agora, o que nem mesmo as moças sabem é por que só dá mulher em competições nacionais. Em nove edições, apenas dois homens tiveram o gostinho de tirar delas o primeiro lugar com as xícaras. No mais, foram sete troféus entregues a mãos femininas. E a explicação também não é quantitativa. Nos cursos realizados pelo País, homens e mulheres dividem as salas de aula meio a meio. “Talvez seja o cuidado, a delicadeza”, fica em dúvida Tatiana.

Arte: Fernando Kazuo/ Guia da Semana/ Fotos: Arquivo pessoal

Yara
 Castanho, à esquerda; Tatiana Rodrigues, à direita

Mas no Mundial, a história muda. Realizado em outros países, nunca uma mulher levou o prêmio. No último, a melhor barista conseguiu a nona colocação.


Bagunça constante
Pode haver uma explicação técnica para esse domínio rosa. Um dos quesitos dos campeonatos é justamente organização, onde elas não falham. “Homem é muito desleixado”, alfineta Yara.

Além da qualidade e criatividade da bebida criada para a competição, limpeza (no início dos trabalhos), organização (durante a apresentação) e limpeza final da bancada valem pontos preciosos. E é aí, diz Yara, que a mulher-barista leva vantagem. Fora isso, um bom café nunca faz distinção de raça, cor e muito menos de sexo.

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