CEPEA: PREÇOS DO ARÁBICA DESPENCAM EM NY E NO FÍSICO

Por: Blog do café

Segundo o informativo mensal do Cepea/Esalq USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada / Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo), os contratos futuros do café arábica despencaram na Bolsa de Nova Iorque (ICE Futures US) em junho. O vencimento setembro, por exemplo, encerrou o mês a 119,90 centavos de dólar por libra peso no dia 30, aferindo forte queda de 17% em relação ao primeiro dia de junho.


“Diante da desvalorização internacional, as cotações recuaram no Brasil e as comercializações diminuíram. O dólar firme, contudo, amenizou as perdas no mercado interno”, relataram os pesquisadores do Cepea. A moeda norte-americana, cotada a R$ 1,964 no dia 30, avançou 0,6% sobre o dia 1º.


A média de junho do Indicador Cepea/Esalq do café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, foi de R$ 256,64 por saca de 60 kg, o que resultou em uma significativa baixa de 4,25% em relação à média do mês anterior. Frente a junho de 2008 (R$ 255,76), contudo, a média atual apresentou leve alta de 0,34%. Com o preço apurado no mês passado, o valor médio da saca de café arábica na safra 2008/09 ficou em R$ 260,51.


Leia, abaixo, comentário do Cepea sobre o desempenho do mercado cafeeiro em junho e, na sequência, confira tabela e gráfico com a evolução histórica das médias de preço da saca de 60 kg do café arábica.


RETRAÇÃO VENDEDORA LIMITA NEGÓCIOS


No início de junho, o mercado cafeeiro apresentou maior liquidez devido à valorização dos futuros dos arábicas. Em casos isolados, exportadoras chegaram a negociar a até R$ 280,00 a saca de 60 kg de café de melhor qualidade. No entanto, no decorrer do mês, o cenário baixista limitou a fluidez das comercializações.


O ruim desempenho do mercado surpreendeu o setor, uma vez que agentes esperavam que as cotações se elevassem ou, no mínimo, permanecessem estáveis devido à aproximação do primeiro leilão de contratos de opções do governo, programado para ocorrer no dia 19 de junho. Até mesmo cafeicultores estiveram afastados do mercado na expectativa de negociar seus lotes em patamares mais remuneradores.


O leilão, no entanto, foi adiado para o dia 15 de julho e o mercado não reagiu — a mudança foi necessária para a troca da especificação do tipo de café a ser comercializado, que não condizia com a oferta do mercado. O tipo 6, peneira 14 acima, com até 86 defeitos exigido no leilão foi alterado para tipo 6, peneira 13 acima, com até 10% de vazamento. Os vencimentos e os preços de exercício das opções não foram alterados.


Dessa forma, vendedores se mantiveram retraídos e as vendas efetivadas envolveram apenas pequenos lotes. As ofertas de compra estiveram entre R$ 240,00 e R$ 250,00 por saca para o café de boa qualidade, patamares em que somente produtores com maior necessidade de caixa aceitaram negociar.


Quanto à colheita, as atividades seguiram em ritmo satisfatório nas principais regiões cafeicultoras do País, apesar da ocorrência de precipitações em todas as áreas. No Sul de Minas, alguns cafezais foram atingidos por chuvas de granizo no final de junho. Os danos, porém, foram pontuais, não afetando grande número de lavouras.


As exportações brasileiras de café bateram recorde na safra 2008/09, encerrada em junho, com cerca de 31,4 milhões de sacas embarcadas, superando a marca obtida no ciclo 2002/03, quando o País colheu a maior produção da história e embarcou cerca de 29,5 milhões de sacas.

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