CAFÉ: PREÇOS NO MERCADO DEVEM ATINGIR NIVEL DE R$ 300 DAS OPÇÕES – COOXUPÉ

15/07/2009 – O reflexo do leilão de contratos de opção de venda de café realizado nesta quarta-feira será observado no mercado, que deverá buscar o preço de exercício de R$ 303,50 por saca de 60 quilos. A análise é do superintendente comercial da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), Lúcio Dias.

O preço atual do café arábica tipo 6 para melhor no sul de Minas Gerais está em R$ 235,00/240,00 a saca. O leilão de contratos de opção teve uma disputa grande como era esperado, o que acabou se mostrando na negociação de toda a oferta equivalente a 1 milhão de sacas, com ágio na operação de 526% (prêmio de abertura era de R$ 1,51 a saca e chegou a R$ 9,50). Lúcio Dias disse que de 1 milhão de sacas as cooperativas absorveram 250.000 sacas das opções. Lúcio Dias destacou em entrevista à Agência SAFRAS que o governo com as opções vai retirar 3 milhões de sacas do mercado.

“Isso vai fazer muita falta e os preços vão subir”, afirmou, referindo-se à expectativa de uma elevação nas cotações internacionais em função disso. O superintendente contabiliza que, como o Brasil este ano colhe 32 a 33 milhões de sacas de café arábica, sendo 20% resíduo, sobram 25 a 26 milhões de sacas de café de qualidade para o mercado.

O problema é maior porque “com as chuvas agora na colheita, boa parte desses grãos são chuvados, riados, estourando xícara, saindo da qualidade de exportação”, indicou.
Chegou a comentar que isso pode ter ocorrido com 50% da oferta.

Assim, restariam no máximo 13 milhões de sacas do padrão melhor, e assim 3 milhões de sacas retidas pelas opções seriam muito representativas, avalia Lúcio Dias. O superintendente da Cooxupé, maior cooperativa de café do Brasil e do mundo, comenta que o ano é de safra já pequena, de oferta de qualidade menor, com outros países como Colômbia e América Central em dificuldades também.

Desta forma, menos 3 milhões de sacas no mercado pesa. Por isso, acredita que até novembro, data do exercício das opções, os preços no mercado físico possam subir até R$ 300,00 a saca, já que as cotações internacionais devem refletir este aperto na oferta global. (LC)