Melhoramento de café é tema de debate em Congresso

12/08/2009 – O “Melhoramento de Café” foi o tema discutido nesta terça-feira (11), no segundo dia do 5º Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas. Os debates ocorreram durante a realização de painel do qual participaram ativamente pesquisadores do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, cujo programa de pesquisa é coordenado pela Embrapa Café.


O moderador do painel foi o gerente-geral da Embrapa Café, Aymbiré Francisco Almeida da Fonseca, e os debates tiveram como palestrantes a pesquisadora Maria Amélia Gava Ferrão, da Embrapa Café/Incaper, que falou sobre o melhoramento de café conilon; o pesquisador Luiz Carlos Fazuoli, do Instituto Agronômico (IAC), que trouxe os avanços do melhoramento com o café arábica; e a pesquisadora Eveline Teixeira Caixeta, da Embrapa Café/Universidade Federal de Viçosa (UFV), que falou sobre a genômica do cafeeiro.


Realizado este ano pelo Governo do Espírito Santo, por meio do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Secretaria de Estado da Agricultura, Aquicultura, Abastecimento e Pesca (Seag) e Associação Brasileira de Melhoramento de Plantas, o evento prossegue até a próxima quinta-feira (13), no Sesc de Guarapari, ES.


Falando na abertura do Congresso, na última segunda-feira (10), o diretor executivo da Embrapa, José Geraldo Eugênio de França, afirmou que entre os dez maiores problemas da humanidade para os próximos 50 anos, pelo menos quatro atingem diretamente a agricultura: a falta de água, de alimentos, de energia e a destruição do meio ambiente. França, que tratou do tema ‘O Melhoramento e os Novos Cenários da Agricultura’, afirmou que “estamos testemunhando um período de aquecimento global, com alterações de temperatura visíveis. Esses próximos anos vão necessitar de esforços da ciência e da tecnologia para produzir alimentos que a sociedade precisa, mesmo com os desafios climáticos”.


Na agricultura, uma das mais impactadas por esses novos cenários, os principais desafios para os quais a humanidade vai precisar dar respostas são em relação à perda de produção, ao solo e a produtividade das lavouras e de pastagens. E principalmente, à demanda crescente por alimentos. “Em 2025, serão 8,3 bilhões de pessoas para serem alimentadas, por isso, produzir mais alimentos em uma área menor, com maior temperatura e com menos disponibilidade de água é o desafio dos melhoristas e de toda a comunidade científica”, enfatiza José Geraldo.


Ele acredita que as perdas na colheita serão resolvidas a partir da biotecnologia e do melhoramento. “Mas não podem ser ignorados a sustentabilidade, a saúde, a qualidade de vida e a competitividade”, afirma.


Mais de mil pessoas de todo o país estiveram presentes na abertura do Congresso, que contou com as presenças do secretário de Agricultura, Ricardo Santos; do presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo; do secretário de Ciência e Tecnologia, Paulo Foletto; deputados estaduais e lideranças municipais.


Durante o Painel sobre o melhoramento do café Maria Amélia fez um histórico e mostrou a importância do café robusta no mundo e no Brasil, com destaque no Espírito Santo, onde ele foi introduzido em 1912, especificamente na região Sul do Estado. Foram discutidas as principais estratégias de melhoramento da espécie e os principais resultados, como o desenvolvimento de seis variedades, a obtenção e avaliação de três populações melhoradas, a seleção de identificação de clones com elevada produtividade, com resistência à ferrugem, com tolerância à seca e com qualidade de bebida.


Já Fazuoli, mostrou que o Brasil possui mais de 60 variedades de Coffea arabica, altamente produtivas. “O Brasil é um dos países mais ricos em variedades disponíveis para o produtor. Por isso, ele tem condições de planejar melhor o plantio, de acordo com as suas necessidades locais. Por exemplo, se é agricultor familiar, pode utilizar variedades com porte baixo, resistentes à ferrugem. Assim, consegue ter maior sucesso com a produção”, destaca.


Mas Fazuoli alerta que de nada adianta o produtor utilizar um material de alto padrão se não souber conduzir a lavoura, com um manejo correto. “Se não souber cuidar, poderá perder na produtividade”, finaliza.


Na apresentação sobre a genômica do café, ou seja, os estudos acerca do sequenciamento dos genes, Eveline Caixeta citou a importância desse trabalho para o melhoramento do café, já que é utilizado para identificar os genes de interesse, mapeá-los e construir marcadores com o objetivo de reduzir o tempo para o desenvolvimento de novas variedades. “O Brasil foi o primeiro país a realizar o sequenciamento em larga escala do genoma do café, desenvolvido pelo Consórcio, por meio do IAC, Incaper, Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), UFV, Embrapa, e outras, além da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).


Jurema Iara Campos (MTb 1.300/DF)


Com informações de Lorena Fraga (Incaper)


Fone: (61) 3448-4085


www.embrapa.br/cafe


jurema.campos@embrapa.br


 

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