Preocupação socioambiental avançou no agronegócio do café em Minas

A preocupação socioambiental também avançou no agronegócio do café, o mais rico do estado até hoje, com exportações anuais na casa dos 3 bilhões de dólares. Minas, que colhe praticamente a metade da produção brasileira, mantém um projeto de certificação de propriedades cafeeiras, a fim de atestar o cumprimento de normas do comércio internacional para produtos de maior valor agregado. Em 2008, 381 propriedades cafeeiras, foram certificadas e a meta é atingir 800 até o final de 2009. O projeto, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria do café (Abic), permite que produtores recebam entre 10% e 25% a mais por saca vendida do grão. São quase 90 itens avaliados, entre eles o plantio de mudas certificadas, adoção de práticas para o controle da erosão, reutilização da água consumida nos processos pós-colheita, preservação de nascentes e respeito aos direitos trabalhistas dos funcionários.

A previsão para 2009 é de que sejam colhidos 19,2 milhões de sacas de café (de 60 quilos) em Minas Gerais. O café é o segundo produto da pauta de exportação estadual, atrás apenas dos embarques de minério de ferro. As vendas de café de fazendas mineiras para o exterior, nos quatro primeiros meses de 2009, movimentaram 1,3 bilhão de dólares.

Em paralelo, os agricultores têm buscado produzir café de maior valor agregado. Somente na região da Serra da Mantiqueira, na divisa com São Paulo, 40% das 500 mil sacas produzidas anualmente se originam de grãos especiais.

O café especial é diferente do tradicional por ser produzido com 100% de grãos do tipo arábica, considerado o mais nobre. Com tudo isso, garante-se melhor preço para um café comprovadamente de melhor qualidade e produzido com maior responsabilidade socioambiental. Ainda há muito trabalho a fazer, mas já é um começo.