Sergipe leva chás biodinâmicos e colônias de ambiente à Abad

Por: Agência Sebrae

Duas pequenas indústrias sergipanas mostraram produtos diferenciados na Abad
2009; elas dividiram espaço no estande do Sebrae durante o evento


Vanessa Brito



Brasília – A pequena indústria de Sergipe está se diversificando. Foi o que
demonstraram sete pequenas fábricas de Aracaju e do interior do Estado na 29ª
Convenção Anual do Atacadista Distribuidor (Abad 2009), encerrada na noite de
quinta-feira (13) no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda.


Aromatizantes de ambiente, chás e temperos orgânicos biodinâmicos, produtos
de limpeza, cosméticos e sucos, expostos no estande do Programa Comércio Brasil
do Sebrae, eram a prova da diversificação da pequena indústria no maior evento
da cadeia de abastecimento nacional e da América Latina. Os empresários das
pequenas fábricas compareceram ao estande, que também exibia os produtos de
outros estados e do Distrito Federal.


Chás e temperos orgânicos biodinâmicos


No espaço destinado às empresas de Sergipe, a maioria era de estreantes na
feira da Abad. Esse foi o caso da empresa Daterra Agroindustrial, responsável
pela marca Namastê Orgânicos, dirigida por Débora de Cássia Silva.


Com sete funcionários e dez anos de atividade, essa pequena agroindústria
localizada no povoado Saúde, município de Santana do São Francisco, fica na
Fazenda Mãe Terra, comandada por Débora. Os chás orgânicos são cultivados de
acordo com a biodinâmica, um dos princípios da Medicina Antroposófica, fundada
pelo médico e filósofo alemão Rudolf Steiner.


A posição do sol e as fases da lua, entre outros aspectos, além da adubação
totalmente isenta de defensivos agrícolas, são determinantes na agricultura
orgânica e biodinâmica, que gera as plantas utilizadas no desenvolvimento dos
tratamentos fitoterápicos antroposóficos.


“Somos certificados pela Weleda”, informa Débora, orgulhosa. Essa é a
principal marca dos medicamentos e produtos voltados para o ramo da medicina
naturalista e homeopática fundada por Steiner.


As matérias-primas dos chás Namastê são fornecidas por cerca de 120
agricultores familiares capacitados, integrantes de associações de agricultura
familiar ou independentes do Paraná, Paraíba e Sergipe, informa a empresária. Do
Paraná, vem a camomila e a carqueja; da Paraíba, a erva-doce; e de Sergipe, a
cidreira, hortelã e temperos, como pimenta, manjericão, manjerona, sálvia, pólen
de coqueiros, entre outros. Os produtos são vendidos em sachês, embalados em
caixinhas de papel.


“Já exportamos nossos chás e temperos para os Estados Unidos, mas nosso
objetivo é o nosso Brasil”, ressaltou Débora. “Tem mais a ver com a antroposofia
produzir para as pessoas e local onde estamos”.


A Namastê foi criada em 2007 como marca própria. Antes disso, a Daterra
produzia e vendia sua produção para indústrias de chá de São Paulo e Sergipe,
revela a empresária. “Nosso carro-chefe são os chás”, disse ela, satisfeita por
estar na feira da Abad 2009. “Ótimos contatos foram feitos e certamente vão
gerar frutos”, avaliou Débora.


Colônias de ambiente


Outro produto de Sergipe que se destacou no estande do Sebrae foram as
colônias de ambiente, também chamados de aromatizantes ou aromatizadores, e os
sabonetes líquidos da L’arôme Indústria e Comércio de Perfumaria, dirigida por
Regina Elizabeth Mendes, e sediada em Aracaju.


Conhecedora dos benefícios da aromaterapia, Regina se auto-define, brincando,
como ‘bruxa’. “Os aromas estão ligados à personalidade, podem acalmar ou excitar
as pessoas e os ambientes”, afirmou ela. Cada essência tem um significado,
finalidade e aplicação, segundo a empresária.


A L’arôme fica numa chácara onde a preservação ambiental é sagrada. “Não
utilizamos produtos abrasivos, mas apenas os ecologicamente corretos”,
enfatizou. As ervas das quais são feitas as colônias de ambiente e sabonetes
líquidos dessa pequena indústria sergipana são adquiridas de fornecedores
paulistas, sem o reagente químico dietilfitalato. “Não uso essa substância de
jeito nenhum nas nossas fórmulas. Ela é proibida na Europa, mas a maioria dos
perfumes brasileiros ainda tem essa substância”, diz Regina.


‘Filha do Empretec’, Regina contou que começou a produção na linha de beleza
e cosméticos, mas não deu certo. Partiu para os aromatizantes e está muito
feliz. Na feira da Abad 2009, fez excelentes contatos e vendas. “Consegui
distribuidor para Parabíba, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Roraimae Distrito
Federal”, contou.


Aromas personalizados


Os produtos da L’arôme são vendidos principalmente no pequeno varejo,
butiques, lojas de utilidades domésticas, clínicas e hospitais. Regina também
desenvolve aromas personalizados para empresas, escritórios etc.


“Analiso a empresa, o que o empresário quer e crio o aroma”, esclareceu. Ela
é formada em Sociologia e fez curso de perfumista. Uma filha, bioquímica, é
responsável pelas fórmulas e produção da marca. “Gosto de criar, de estar dentro
do laboratório”, revelou a empresária.


A marca também produz álcool gel para mãos e vendeu, recentemente, 60 mil
frascos para uma loja de Salvador. “Acho que até o final deste ano, vamos dobrar
a produção e venda dos nossos produtos”, avaliou.

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