COEFICIENTES TÉCNICOS E CUSTOS DE PRODUÇÃO NA AGRICULTURA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
INTRODUÇÃO
A competitividade existente em todos os setores da economia e, particularmente na agricultura, exige cada vez mais o aumento da produtividade, da qualidade e da racionalização dos custos, além da necessidade de se agregar valor aos produtos agrícolas, entre outros fatores importantes que compõem o arranjo produtivo. A tomada de decisão na implantação e condução de uma determinada atividade agrícola depende, entre outros aspectos, fundamentalmente do conhecimento de seus custos, identificando os itens que mais oneram a produção, especialmente os relacionados a mão-de-obra e insumos.
O aumento na demanda de crédito rural e, por conseguinte, na elaboração de projetos agrícolas, tem exigido maior agilidade aos projetistas e analistas, sem, contudo, perder a qualidade. Também é necessário conhecer com mais profundidade e maior precisão os coeficientes técnicos e os seus respectivos custos das principais atividades agrícolas.
Deste modo, o presente trabalho tem como objetivos principais agilizar, facilitar e melhorar o processo de elaboração e análise de projetos na agricultura, sanando as dificuldades representadas pela insuficiência de informações atualizadas, sistematizadas e de fácil acesso, que possibilitem a determinação das despesas inerentes às atividades agrícolas desenvolvidos no estado do Espírito Santo.
No plano institucional, serão beneficiadas com o presente trabalho, principalmente, as instituições financeiras, empresas públicas ligadas ao agronegócio e empresas privadas de planejamento e desenvolvimento agrícola, tendo como beneficiário final os produtores e empresários rurais.
Além de auxiliar no cálculo do custo de produção individual, este trabalho possibilita uma análise interna das despesas relacionadas aos diversos itens que compõem o sistema de produção de uma dada cultura, bem como de benfeitorias, máquinas e equipamentos. Possibilita ainda, se fazer uma análise comparativa dos custos e receitas, entre vários produtos agrícolas e, conseqüentemente, a viabilidade econômica das diversas culturas elencadas neste trabalho.
METODOLOGIA
O estudo foi realizado em diversas atividades agrícolas e nos diferentes níveis tecnológicos mais usados e/ou recomendados no Estado. Também foram levantados os coeficientes técnicos e custos de benfeitorias, máquinas e equipamentos comuns nas propriedades rurais e mais ligadas à área de café e pecuária, por ser tratar das principais atividades agrícolas do Estado.
Para a maioria das culturas de ciclo curto, em razão da ausência ou da baixa necessidade de investimento, foram consideradas somente as despesas de custeio, que são aquelas efetivamente realizadas dentro de um ciclo de produção e referem-se, basicamente, aos gastos com insumos e serviços. No caso do uso da irrigação levou-se em conta a depreciação do equipamento.
No tocante às culturas permanentes, adotou-se como critério a definição de coeficientes técnicos e custos relacionados aos insumos, equipamentos e serviços necessários às fases de implantação e manutenção da cultura, até a estabilização da produção.
Não foi considerado neste trabalho o valor da terra e nem despesas gerais da propriedade como taxas, impostos, telefone, manutenção de residências e veículos, custos administrativos de gerenciamento, escrituração/documentação e outras despesas que por ventura venham a ocorrer como taxa de elaboração de projetos e assistência técnica, licenças ambientais e autorizações.
Os coeficientes técnicos levantados são os mais comumente encontrados nas principais regiões produtoras e, por isso, são representativos do estado do Espírito Santo devendo ser adaptados para atendimento a situações específicas. Foram levantadas informações disponíveis em literaturas já existentes, bem como foram realizadas consultas diretas a profissionais especializados, aproveitados estudos de acompanhamento de propriedades e consideradas as experiências práticas de empresas de planejamento, desenvolvimento e produção rural.
Os coeficientes técnicos relacionados à adubação, além dos dados levantados, foram consideradas também as informações disponíveis no Manual de Recomendação de Calagem e Adubação para o Estado do Espírito Santo – 2007 (5ª aproximação). Considerou-se, como critério para a indicação de adubação, a condição de baixa fertilidade dos solos predominantes na maior parte das áreas agrícolas do Estado.
Com relação aos produtos fitossanitários, as quantidades indicadas representam as mais comumente utilizadas nas principais regiões produtoras. Entretanto, a necessidade de aplicações depende de uma série de fatores locais. Neste caso particular, recomenda-se fazer o manejo integrado de pragas e doenças através do monitoramento das lavouras. O controle químico só deve acontecer quando a infestação atingir o nível de dano recomendado e depois de esgotadas todas as alternativas de uso de tecnologias de controle natural e biológico, pouco agressivas ao meio ambiente.
Os preços dos produtos agrícolas foram levantados no mercado local (Grande Vitória) e representam o preço médio de varejo dos mesmos. As cotações dos produtos usados na pecuária de leite foram realizadas também na Região Sul do Estado do Espírito Santo e Viçosa – MG. No caso da mão de obra, quando a atividade agrícola é realizada em várias regiões do Estado, foi considerado o preço mais comumente encontrado na maioria das regiões, e quando ocorre de forma concentrada foi considerado o preço daquela região específica. Todos os preços foram levantados no mês de janeiro de 2009.
Os coeficientes técnicos e custos das diferentes atividades agrícolas foram levantados considerando-se a área de 1 hectare (ha).
As informações utilizadas neste estudo estão em função das tecnologias vigentes à época da sua realização, podendo ocorrer variações de resultados com a evolução tecnológica.
PLANILHAS DE LEVANTAMENTO DO CAFÉ
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