Dólar recua pelo terceiro dia seguido e fecha a R$ 1,84
TAÍS FUOCO
Em dia de poucos negócios e reação à melhora dos mercados internacionais, o dólar se manteve em queda ante o real desde a abertura dos negócios, pela manhã, e marcou a terceira sessão consecutiva de baixa, acumulando uma depreciação de 3,5%. Em setembro, o recuo é de 2,59%, enquanto em 2009 o dólar já se depreciou 21,20% em relação ao real. No mercado interbancário de câmbio, o dólar comercial fechou a sexta-feira em baixa de 1,39%, cotado a R$ 1,84. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar negociado à vista caiu 1,50%, encerrando a sessão de hoje a R$ 1,8385.
O volume de negócios, entretanto, foi bem fraco nesta sexta-feira que antecede feriado nacional e nos Estados Unidos na segunda-feira. Por volta das 16h50, o volume financeiro na Clearing de Câmbio era de R$ 950 milhões, enquanto ontem somava R$ 2,1 bilhões. O Banco Central fez leilão de compra de dólares hoje, no qual estabeleceu taxa de corte das propostas em R$ 1,8538.
O indicador mais esperado do dia – o relatório do mercado de trabalho dos EUA, referente a agosto – teve um efeito “suave” no câmbio, segundo especialistas. O mercado de trabalho norte-americano cortou 216 mil vagas de emprego em agosto, abaixo do corte médio de 233 mil previsto pelos economistas ouvidos pela Dow Jones. Desde dezembro de 2007, quando teve início a recessão nos EUA, já foram eliminados 7,4 milhões de empregos. A taxa de desemprego no país subiu para 9,7% em agosto, o maior nível em 26 anos, desde a taxa de 10,1% em junho de 1983.
Não foi um número positivo o suficiente para afastar os temores nem negativo o bastante para provocar um desespero. Diante desse cenário, a expectativa dos analistas é que o preço dos ativos continue volátil. “São inegáveis os sinais de que o pior passou; são inegáveis os sinais de que ele pode voltar”, afirmou o Banco Fator em relatório.
O Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz, professor da Universidade Columbia, também afirmou ontem aos jornalistas que a recuperação da economia americana pode não ser “sustentável”. Respondendo à pergunta de jornalistas sobre se os Estados Unidos vão necessitar de novas injeções de estímulos, Stiglitz afirmou que é melhor “esperar para ver”.
De qualquer forma, as Bolsas americanas e europeias reagiram bem e operaram em alta hoje, assim como a Bolsa brasileira, o que contribuiu para o movimento de depreciação do dólar frente ao real. “Com liquidez menor, o câmbio hoje reagiu à melhora do mercado lá fora”, afirmou um operador.
Publicado em: 04 de setembro de 2009, 17h27