Estudo avalia impactos ambientais da casca de café

6 de setembro de 2009 | Sem comentários Novas Técnicas Tecnologias
Por: JORNAL DO BRASIL - RJ

06/09/2009 


Tatiane Leal


CIÊNCIA HOJE/RJ

A casca de café pode estimular ou inibir o crescimento de plantas. A conclusão é de um estudo que avaliou a interação do composto com o pepino. Os resultados são importantes já que no Brasil, maior produtor de café do mundo, a casca de café torna-se, em sua maior parte, adubo para a agricultura.


Algumas plantas produzem substâncias que, quando liberadas no ambiente, estimulam ou inibem o crescimento de outras: é a chamada alelopatia. A bióloga Dayane May comprovou que o café é uma dessas plantas, durante seu mestrado em Gestão Ambiental na Universidade Positivo, em Curitiba (PR), sob orientação de Leila Teresinha Maranho.


May submeteu pilhas de casca de café à decomposição controlada para observar se haveria liberação de substâncias aleloquímicas e testar a interação delas com o pepino. Depois, repetiu o processo usando o material que cobre o chão dos locais de criação de aves, em que a casca de café é muito usada. Os resultados mostram que o pepino cresce mais e de forma mais sadia quando há a interferência dos compostos da casca do café. May afirma que o resultado é surpreendente.


– Alguns livros atuais classificam a alelopatia somente como potencial de inibição -, conta.


Concentração e danos A pesquisa contou ainda com uma etapa para observar o resultado do contato de diversas concentrações de casca de café com o pepino. Sementes da planta foram cultivadas em terra misturada com um extrato de casca de café. Com 20% do extrato, houve aumento da biomassa do pepino. Porém, com o extrato mais concentrado e sem terra, houve inibição do crescimento, e o surgimento de anomalias na planta.


As cientistas também avaliaram áreas de produção cafeeira nas cidades de Jesuítas e Cafelândia, no norte do Paraná, e identificaram 34 espécies de plantas submetidas ao contato com a casca de café no solo, usada como adubo. Os resultados indicam que essas espécies podem estar sofrendo impactos.


– Isso pode demandar um gerenciamento ambiental e sistemas de manejo do resíduo -, alerta May, lembrando que o efeito também pode ser usado para beneficiar a agricultura.

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