Governo aplica mais R$ 2 bilhões para apoiar a cafeicultura – Confira as medidas

16 de setembro de 2009 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

Antônio Sérgio / NewsCafeicultura


Brasília (16.9.2009) – O governo federal vai aplicar mais R$ 2 bilhões até junho de 2010 para apoiar a cafeicultura. Esses recursos serão investidos na prorrogação de dívidas, criação de uma linha de crédito e redução de juros. O conjunto de medidas, aprovado, nesta quarta-feira (16), pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), tem o objetivo principal de retirar do mercado cerca de 25% da safra atual para melhorar a renda do produtor, formar estoques e equilibrar a oferta e a demanda do produto.


Na semana passada, o Ministério da Agricultura anunciou o investimento de R$ 1 bilhão na aquisição direta de sacas de café e na conversão de dívida de estocagem em produto (ver texto anexo). As medidas são resultado de propostas do grupo de trabalho do café que reuniu os Ministérios da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, além de representantes do setor produtivo e das cooperativas de crédito.


Confira as medidas aprovadas hoje:


1) Prorrogação por quatro anos dos financiamentos de custeio e colheita da safra 2008/2009, do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), que irão vencer entre setembro de 2009 e março de 2010. Para ter acesso ao benefício, o produtor deve comprovar incapacidade de pagamento e efetuar, no mínimo 20% do valor do débito na data de vencimento da parcela contratada. As operações nessa situação totalizam R$ 860 milhões;


2) Criação de linha de crédito de R$ 100 milhões, com recursos do Funcafé para cooperativas de crédito refinanciarem dívidas de cafeicultores que comprovarem incapacidade de pagamento. O financiamento será concedido com juros de 6,75% ao ano e os produtores terão quatro anos para quitar as parcelas. Cada cafeicultor poderá financiar até R$ 200 mil e a medida fixa o limite de R$ 10 milhões por cooperativa;


3) Retomada da linha de crédito de R$ 100 milhões para a renegociação de financiamentos atrelados à Cédula do Produto Rural (CPR). A medida é válida para as CPR’s de 2008 prorrogadas para 2009 e as de 2009 vencidas até a data da aprovação da resolução pelo Conselho Monetário que trata do assunto. O financiamento, do Funcafé, terá prazo de quatro anos a juros de 6,75% ao ano;


4) Redução da taxa de juros do Funcafé de 7,5% para 6,75% ao ano para todas as linhas de financiamento em curso e as novas operações. A medida valerá a partir de 1º de outubro de 2009;


5) Estabelecer como base de concessão dos financiamentos de estocagem, do Financiamento para Aquisição de Café (FAC) e da Linha Especial de Crédito (LEC) o preço mínimo em vigor.


Aquisição – No último dia 9 de setembro, o Ministério da Agricultura anunciou a aplicação de R$ 300 milhões diretamente na aquisição de café. Cada produtor poderá participar com até mil sacas de 60 kg dos cafés arábica tipo 6, bebida dura para melhor; e tipo 7 bebidas dura, riada e rio (a classificação indica o tipo e a qualidade da bebida).


O café tipo 6, bebida dura para melhor, terá como base o preço mínimo vigente (R$ 261,69/saca) e os demais tipos terão deságios em relação ao preço mínimo. O tipo 7, bebida dura, terá preço de R$ 254,01/saca; o tipo 7, bebida riada, a R$ 240,16/saca; e o tipo 7, bebida rio, a R$ 213,16/saca. Os valores foram apurados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), responsável pela compra e estocagem do produto. Na realização da compra, o governo acrescentará aos preços mencionados o reembolso do INSS e da sacaria.


Conversão – Também na semana passada, o governo autorizou a conversão, em sacas de café, da linha de financiamento de estocagem do Funcafé da safra 2008/2009. Neste caso, o cafeicultor poderá quitar suas parcelas com o produto e o valor da conversão também terá como base o preço mínimo vigente. As parcelas da linha de estocagem, que vencerão em 2009, 2010 e 2011, totalizam R$ 697 milhões.


Stephanes disse que, a partir da próxima produção, safra, 2010/2011, o governo vai fazer com que o crédito chegue em momento certo e volume exato. Em abril de 2010, quando inicia a próxima safra em algumas regiões produtoras, o cafeicultor já deve ter à disposição recursos para realizar a colheita, ressaltou o ministro.


Os custos de produção do café, a situação dos estoques mundiais e o excesso de oferta no mercado também foram abordados por Stephanes durante entrevista coletiva. Com relação aos custos de produção, o ministro lembrou que as despesas com o cultivo do café são extremamente variáveis, dependendo da região, tamanho das propriedades e das tecnologias adotadas pelo cafeicultor, podendo variar de R$ 240 a R$ 340 a saca de 60 kg.


As medidas de apoio à cafeicultura são resultado das propostas do grupo de trabalho que reuniu representantes dos Ministérios da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, além do setor produtivo e das cooperativas de crédito. (Inez De Podestà)


Confira as medidas aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional



 


         Resolução 3.783  Institui linha especial de financiamento destinada a cafeicultores


         Resolução 3.784 – Dispõe sobre linhas de crédito operadas com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé)


 


         Resolução 3.785  Dispõe sobre operações de crédito para café com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé)



 


RESOLUCAO N. 003783


                        RESOLUCAO 3.783                             
                        —————                             
                                                                    
                                 Institui    linha    especial     de
                                 financiamento      destinada       a
                                 cafeicultores.                     
                                                                    
         O  Banco  Central do Brasil, na forma do art. 9º da  Lei  nº
4.595,  de  31  de  dezembro de 1964, torna público  que  o  Conselho
Monetário  Nacional,  em sessão extraordinária  realizada  em  15  de
setembro  de 2009, tendo em vista as disposições do art.  4º,  inciso
VI, da Lei nº 4.595, de 1964, dos arts. 4º e 14 da Lei nº 4.829, de 5
de  novembro  de  1965,  e do art. 6º da Lei  nº  10.186,  de  12  de
fevereiro de 2001,                                                  
                                                                    
         R E S O L V E U:                                           
                                                                    
         Art.  1º   Fica  instituída linha de crédito  especial,  com
recursos   do  Fundo  de  Defesa  da  Economia  Cafeeira   (Funcafé),
observadas as seguintes condições:                                  
                                                                    
         I – beneficiários: cafeicultores;                          
                                                                    
         II  –  finalidade: financiar a liquidação  de  operações  de
crédito  efetuadas  por cafeicultores e cujos  recursos  tenham  sido
utilizados na produção de café, exceto aquelas que estejam lastreadas
com recursos do Funcafé;                                            
                                                                    
         III  –  limite  de crédito: até R$200.000,00  (duzentos  mil
reais) por produtor;                                                
                                                                    
         IV  –  encargos financeiros: taxa efetiva de juros de  6,75%
a.a. (seis inteiros e setenta e cinco centésimos por cento ao ano); 
                                                                    
         V  –  liberação de recursos: em parcela única ou  de  acordo
com o cronograma do agente financeiro;                              
                                                                    
         VI – prazo de contratação: até 31 de março de 2010;        
                                                                    
         VII  –  reembolso:  em  quatro  parcelas  anuais,  iguais  e
sucessivas, com o vencimento da primeira até doze meses após  a  data
da contratação;                                                     
                                                                    
         VIII – garantias: as usuais para o crédito rural;          
                                                                    
         IX – risco da operação: do agente financeiro;              
                                                                    
         X – agente financeiro operador: cooperativas de crédito;   
                                                                    
         XI   –  montante  de  recursos:  até  R$100.000.000,00  (cem
milhões de reais), de acordo com as disponibilidades orçamentárias  e
financeiras  do Funcafé, limitado a R$10.000.000,00 (dez  milhões  de
reais) por cooperativa de crédito;                                  
                                                                    
         XII  –  remuneração do agente financeiro:  comissão  de  até
2,0% a.a. (dois por cento ao ano).                                  
                                                                    
         Art.  2º  A concessão de financiamento com base nesta  linha
de  crédito fica sujeita à comprovação da incapacidade de o  mutuário
pagar as operações a serem liquidadas em conseqüência de:           
                                                                    
         a) dificuldade de comercialização dos produtos;            
                                                                    
         b) frustração de safras por fatores adversos;              
                                                                    
         c)  eventuais  ocorrências prejudiciais  ao  desenvolvimento
das explorações.                                                    
                                                                    
         Art.  3º   Esta  resolução entra em vigor  na  data  de  sua
publicação.                                                         
                                                                    
                                    Brasília, 16 de setembro de 2009.
                                                                    
                                                                    
                                                                    
                                                                    
                    Henrique de Campos Meirelles                    
                             Presidente     


————————


RESOLUCAO N. 003784


                        RESOLUCAO 3.784                             
                        —————                             
                                                                    
                                 Dispõe   sobre  linhas  de   crédito
                                 operadas  com recursos do  Fundo  de
                                 Defesa    da    Economia    Cafeeira
                                 (Funcafé).                         
                                                                    
         O  Banco  Central do Brasil, na forma do art. 9º da  Lei  nº
4.595,  de  31  de  dezembro de 1964, torna público  que  o  Conselho
Monetário  Nacional,  em sessão extraordinária  realizada  em  15  de
setembro de 2009, tendo em vista as disposições dos arts. 4º,  inciso
VI,  da  Lei  nº  4.595, de 1964, 4º e 14 da Lei nº 4.829,  de  5  de
novembro de 1965, e 6º da Lei nº 10.186, de 12 de fevereiro de 2001,
                                                                    
         R E S O L V E U:                                           
                                                                    
         Art. 1º  Os arts. 1º, incisos IV e V, alínea “b”, 4º, inciso
III,  e 5º, inciso IV, da Resolução nº 3.451, de 5 de abril de  2007,
passam a vigorar com a seguinte redação:                            
                                                                    
         “Art. 1º  ………………………………………    
                                                                    
         ……………………………………………….    
                                                                    
         IV – encargos financeiros:                                 
                                                                    
         a)  para  as  operações contratadas até 30 de  junho  de   
         2009:  taxa efetiva de juros de 7,5% a.a. (sete inteiros   
         e  cinco  décimos por cento ao ano), até 30 de  setembro   
         de  2009,  e  de 6,75% a.a. (seis inteiros e  setenta  e   
         cinco  centésimos por cento ao ano), a partir de  1º  de   
         outubro de 2009; e                                         
                                                                    
         b)  para  as  operações contratadas a partir  de  1º  de   
         julho  de  2009:  taxa efetiva de juros  de  6,75%  a.a.   
         (seis  inteiros e setenta e cinco centésimos  por  cento   
         ao ano);                                                   
                                                                    
         V – ……………………………………………    
                                                                    
         ……………………………………………….    
                                                                    
         b) uma vez aplicados na forma do inciso anterior:          
                                                                    
         1. sobre  o  saldo  médio das operações contratadas  até   
         30  de junho de 2009: taxa efetiva de juros de 7,5% a.a.   
         (sete  inteiros e cinco décimos por cento ao  ano),  até   
         30 de setembro de 2009, e de 6,75% a.a (seis inteiros  e   
         setenta e cinco centésimos por cento ao ano),  a  partir   
         de 1º de outubro de 2009; e                                
                                                                    
         2. sobre  o  saldo  médio  das  operações contratadas  a   
         partir de 1º de julho de 2009: taxa efetiva de juros  de   
         6,75%  a.a.  (seis inteiros e setenta e cinco centésimos   
         por cento ao ano);                                         
                                                                    
         …………………………………………. “(NR)    
                                                                    
         “Art. 4º  ………………………………………    
                                                                    
         ……………………………………………….    
                                                                    
         III  –  base  de cálculo do financiamento:  preço  nunca   
         inferior  ao  preço mínimo, admitidos ágios ou  deságios   
         em  face das características que definem a qualidade  do   
         produto,   estimados  conforme  processo  adotado   pela   
         Conab,  devendo  o valor do crédito corresponder  a,  no   
         máximo,  80% (oitenta por cento) do produto ofertado  em   
         garantia,  apurado  de acordo com a média  das  cotações   
         verificadas  no  mês  anterior  ao  da  contratação   do   
         financiamento, obtidas das fontes a seguir indicadas:      
                                                                    
         …………………………………………. “(NR)    
                                                                    
         “Art. 5º ……………………………………….    
                                                                    
         ……………………………………………….    
                                                                    
         IV  –  base  de  cálculo do financiamento:  preço  nunca   
         inferior  ao  preço mínimo, admitidos ágios ou  deságios   
         em  face das características que definem a qualidade  do   
         produto,   estimados  conforme  processo  adotado   pela   
         Conab,  devendo  o valor do crédito corresponder  a,  no   
         máximo,  80% (oitenta por cento) do produto ofertado  em   
         garantia,  apurado  de acordo com a média  das  cotações   
         verificadas  no  mês  anterior  ao  da  contratação   do   
         financiamento, obtidas das fontes a seguir indicadas:      
                                                                    
         …………………………………………. “(NR)    
                                                                    
         Art.  2º   Esta  resolução entra em vigor  na  data  de  sua
publicação.                                                         
                                                                    
                                    Brasília, 16 de setembro de 2009.
                                                                    
                                                                    
                                                                    
                                                                    
                    Henrique de Campos Meirelles                    
                             Presidente                             
                                             


—————————————


RESOLUCAO N. 003785


                        RESOLUCAO 3.785                             
                        —————                             
                                                                    
                                 Dispõe  sobre operações  de  crédito
                                 para  café com recursos do Fundo  de
                                 Defesa    da    Economia    Cafeeira
                                 (Funcafé).                         
                                                                    
         O  Banco  Central do Brasil, na forma do art. 9º da  Lei  nº
4.595,  de  31  de  dezembro de 1964, torna público  que  o  Conselho
Monetário  Nacional,  em sessão extraordinária  realizada  em  15  de
setembro  de 2009, tendo em vista as disposições do  art. 4º,  inciso
VI, da Lei nº 4.595, de 1964, dos arts. 4º e 14 da Lei nº 4.829, de 5
de  novembro  de  1965,  e do art. 6º da Lei  nº  10.186,  de  12  de
fevereiro de 2001,                                                  
                                                                    
         R E S O L V E U :                                          
                                                                    
         Art.  1º   As  instituições financeiras  poderão  efetuar  o
reescalonamento do reembolso das operações de custeio e  de  colheita
de  café, contratadas com recursos do Funcafé, vincendas entre a data
de  publicação  desta Resolução e 31 de março de 2010,  comprovada  a
incapacidade de pagamento do mutuário com base no item 9 da  seção  6
do  capítulo  2 do Manual de Crédito Rural, observadas  as  seguintes
condições:                                                          
                                                                    
         I  –  manifestação do mutuário, até a data de vencimento  da
operação, de que tem interesse em efetuar o reescalonamento;        
                                                                    
         II – amortização de, no mínimo, vinte por cento do  montante
da operação até a data de vencimento originalmente pactuada;        
                                                                    
         III  – reembolso do saldo devedor remanescente em até quatro
parcelas  anuais,  iguais e sucessivas, com  vencimento  da  primeira
parcela  em até doze meses, a partir data de pagamento da amortização
mínima prevista no inciso anterior.                                 
                                                                    
         Art.  2º   Os mutuários de operações enquadradas no art.  2º
da  Resolução  nº 3.682, de 29 de janeiro de 2009, que  se  encontrem
inadimplentes por não terem efetuado o reescalonamento dessas dívidas
ao amparo da referida Resolução, poderão fazê-lo até 31 de outubro de
2009, observadas as seguintes condições:                            
                                                                    
         I  – pagamento de, no  mínimo,  vinte  por  cento  do  saldo
devedor na data do reescalonamento;                                 
                                                                    
         II  – reembolso do saldo remanescente em até quatro parcelas
anuais, iguais e sucessivas, com o vencimento da primeira parcela  em
2010,   no   período  de  obtenção  de  maior  renda  pelo  produtor,
preservadas as demais condições e encargos financeiros vigentes  para
essas operações de crédito.                                         
                                                                    
         Art.  3º   O art. 1º da Resolução nº 3.774, de 26 de  agosto
de 2009, passa  a  vigorar  acrescido  do § 3º,  conforme  redação  a
seguir:     &nb

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