Cafeicultores ineficientes devem sair do ramo, diz ministro da Agricultura

16 de setembro de 2009 | Sem comentários Cotações Mercado

Danilo Macedo 
 
Brasília – O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse hoje (16) que alguns cafeicultores terão de mudar de ramo para ter renda. Baseado num relatório chamado Análise Estrutural da Cafeicultura Brasileira, elaborado por um grupo de trabalho formado por técnicos dos ministérios da Agricultura, Fazenda e do Planejamento e entidades do setor para nortear futuras tomadas de decisões do governo, ele informou que o Brasil é o único país com crescimento na produção de café arábica, graças ao aumento da produtividade, já que a área plantada se mantém constante.


“Isso é bom, mas dentro da atual estrutura temos produtores que terão que sair do mercado. Não terão como aumentar sua eficiência, principalmente em razão da região ou da topografia de onde estão produzindo”, afirmou Stephanes, ao anunciar novas medidas para o setor. Ele disse que esses cafeicultores estão com custos de produção elevados e não conseguirão ter renda com os preços praticados no mercado. Segundo o ministro, o custo de produção de uma saca de café arábica de melhor qualidade, no país, chega a variar de R$ 240 a R$ 340, sendo que o preço mínimo oferecido atualmente é de cerca de R$ 260.


O relatório mostra a transferência dos estoques mundiais de países produtores para consumidores. Enquanto nos últimos 10 anos os estoques localizados em países que produzem café caiu de 54 milhões para 18 milhões de sacas, os países importadores elevaram a quantidade de produto armazenado de 8 milhões para 23 milhões de sacas. Além disso, as previsões são de que, nos próximos dois anos, seja produzido um excedente de 4 milhões de sacas.


“Então, eles decidem como e quando querem e sabem que nas próximas duas safras terá café para comprar”, disse Stephanes. Por isso, o ministro destacou a importância de se planejar as ações futuras. “Ficou muito claro no documento que temos que começar a agir mais cedo no sentido de adotar os mecanismos para sustentar os preços.”


Além de liberar crédito no momento exato que os agricultores precisam, Stephanes disse que é preciso “estudar como avaliar as áreas de produção que não terão condições de continuar com a produção”. A notícia positiva aos cafeicultores é que, de acordo com o relatório, a partir de 2011 o consumo de café deve superar a produção, fazendo com que os estoques diminuam e o valor pago ao produtor se eleve.


O Brasil é responsável por cerca de um terço dos 135 milhões de sacas de café produzidos no mundo. Depois, aparecem Vietnã, com metade da produção nacional, e a Colômbia, com cerca de um terço.

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