Todos na defensiva
Danielle Santos
A bancada ruralista na Câmara recebeu com desdém a intenção da Frente Parlamentar da Terra de investigar as cooperativas ligadas ao agronegócio caso a CPI do MST não seja arquivada
A bancada ruralista na Câmara recebeu com desdém a intenção da Frente Parlamentar da Terra de investigar as cooperativas ligadas ao agronegócio caso a CPI do MST não seja arquivada. O deputado Ônix Lorenzoni (DEM-RS) — que esteve ao lado da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) durante o pedido de abertura da CPI — desafiou os parlamentares rivais a abrir uma investigação contra as entidades ruralistas.
“Essa coisa de chantagem só funciona para quem é corrupto. Estamos limpos e não vejo problema nenhum em abrir uma CPI contra nós. Em vez de proteger o país e fazer as coisas funcionarem corretamente, eles querem fazer chantagem. Mas isso não vai colar”, disparou.
Já Alexandre Rangel, tesoureiro da Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária no Brasil (Concrab), uma das cooperativas citadas por Kátia Abreu no pedido de abertura da CPI, foi categórico ao afirmar que a instauração de uma comissão parlamentar de inquérito serviria apenas para acirrar a disputa por terras no país.
“No Brasil, é assim. Se a mídia fala que a gente é criminoso, o governo acredita. Nós já tivemos o sigilo quebrado duas vezes no Congresso e não conseguiram provar nenhuma irregularidade”, argumenta Rangel.