Dólar se fortalece em dia de cautela e sobe a R$ 1,816

21 de setembro de 2009 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Agência Estado

21 de setembro de 2009, 17h17


TAÍS FUOCO


O mercado doméstico de câmbio viveu hoje o dilema entre acompanhar a apreciação da divisa americana frente às demais moedas ou precificar o fluxo que o Brasil está para receber com o retorno das captações externas e ofertas públicas de ações. A moeda “andou de lado”, segundo um operador, mas manteve-se em alta durante toda a sessão. No mercado à vista, o dólar negociado na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fechou em alta de 0,56%, a R$ 1,816. No mercado interbancário de câmbio, o dólar comercial avançou 0,39% e encerrou as negociações a R$ 1,816.


Para Sidnei Moura Nehme, diretor da NGO, os bancos devem continuar com posições vendidas no mercado de câmbio à vista, o que exerce uma certa pressão sobre o preço da moeda americana no sentido de conter uma recuperação, ainda que exista a perspectiva de ingresso de grande volume de recursos externos no País.


Entre as captações, o Banco Santander informou nesta segunda-feira que planeja levantar quase 5 bilhões de euros (cerca de US$ 7,34 bilhões) com a oferta de units do Santander Brasil na Bovespa. Em comunicado à Bolsa de Madri, o Santander disse que venderá 525 milhões de units, ou 16,21% do atual capital acionário do Banco Santander Brasil. Cada unit será vendida por um preço entre R$ 22,00 e R$ 25,00, gerando para o Santander entre R$ 11,55 bilhões e R$ 13,13 bilhões, respectivamente. O preço da oferta pública será fixado em 6 de outubro.


“O mercado está de lado hoje, ainda mais porque não teve nenhum indicador que fizesse peso no dólar hoje”, ponderou Jorge Knauer, gerente de tesouraria do Banco Prosper. Na sua avaliação, as captações externas e ofertas de ações só devem se refletir na cotação da moeda a médio e longo prazos. “De hoje até o final do mês, esse fluxo esperado não deve surtir efeito” e a moeda deve operar no teto de resistência, que é R$ 1,80.


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu hoje que o patamar de R$ 1,80 “atrapalha um pouco” os exportadores, mas ainda é melhor que o patamar do auge a crise. Ele defendeu, inclusive, que o Banco Central mantenha a política de enxugar parte da liquidez do mercado com as compras da moeda, fortalecendo as reservas. Para Mantega, a valorização do real frente ao dólar é “natural”, pois a economia brasileira está mais sólida e atraente para os investidores internacionais. Em palestra na Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo, o ministro afirmou: “temos que continuar comprando agressivamente dólares, aumentando reservas, para diminuir a pressão que isso possa ter sobre a balança comercial”.


Também divulgada hoje, a balança comercial na terceira semana de setembro registrou superávit de US$ 556 milhões, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. No mês, o superávit acumulado é de US$ 1,363 bilhões e no ano, o acumulado é de US$ 21,331 bilhões.


O Banco Central interveio ainda pela manhã no mercado à vista e comprou dólares. A autoridade monetária fixou a taxa de corte das propostas em R$ 1,818.

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