Setor de alimentos deve se adequar a novo padrão de consumo na Europa

02/10/2009 – 11:17


Setor de alimentos deve se adequar a novo padrão de consumo na Europa
Em palestra nesta quinta-feira na FIESC, o consultor italiano Cesare Tromellini destacou mudanças como a migração de pessoas das grandes cidades para as de menor porte, redução no número de filhos por família e o ingresso cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho.


Florianópolis – Grandes mudanças na estrutura social da Europa ocorridas nos últimos anos afetaram diretamente a tendência de consumo destes países e as empresas de alimentos que pretendem exportar para este mercado tem que se adequar às transformações, afirmou o especialista italiano em internacionalização de empresas deste setor Cesare Tromellini, durante palestra na FIESC, nesta quinta-feira (1).


Segundo Tromellini, a migração de pessoas das grandes cidades para as de menor porte, devido ao custo de vida e à segurança, somadas à crise, à redução no número de filhos por família e o ingresso cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho são mudanças que afetaram diretamente o setor de alimentos, pois os consumidores estão optando pela compra de produtos prontos, em função do pouco tempo que têm para cozinhar. “A primeira coisa que as empresas devem ter em mente quando forem exportar para países europeus é qual público querem atender – a classe A ou classes mais populares”, indagou.


Para o especialista, na hora de ir às compras este consumidor está deixando de lado o estilo de vida e levando em consideração a situação de vida atual. “Hoje, as pessoas estão comprando de acordo com a carga emocional. Elas estão economizando na hora de adquirir produtos básicos [arroz, feijão, açúcar] e pagando mais por aqueles que dão prazer, como chocolate e vinho”, disse.


Enquanto uma parcela da população européia opta pela compra de produtos mais práticos, o aumento na expectativa de vida fez nascer um novo nicho de mercado, voltado para atender pessoas acima dos 60 anos. Este público busca produtos mais saudáveis, sem corantes, com menor quantidade de sal porque precisam cuidar mais da saúde, explicou Cesare. “Como são pessoas que tem tempo para cozinhar, para eles, comer se tornou uma atividade cultural, pois aproveitam para conhecer pratos de outros países”, disse.


Ele também chamou a atenção das empresas para importância da segurança alimentar, que segundo ele vem sendo cobrada cada dia mais pelos 27 países que formam a União Européia. Também falou sobre a crescente demanda por produtos ecologicamente corretos e para a importância de se exportar produtos com rótulo que detalhem a procedência da mercadoria.


Os quatro painéis realizados hoje na Federação das Indústrias fazem parte do Projeto Al Invest Euroquali, uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria em parceria com a Comissão Européia, que tem o objetivo de aprimorar os processos e produtos e incentivar o acesso das companhias ao mercado europeu. Além de Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Pará e Bahia receberão as palestras.


O especialista Cesare Tromellini é graduado em agronomia pela Universidade de Turim. Tem 20 anos de experiência em consultoria para a internacionalização de empresas do segmento de alimentos e bebidas.

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