Mulher de 105 anos esbanja vitalidade e ainda trabalha












A mineira Rosalina Gusmão talvez seja a mulher mais idosa da região Noroeste, mas a idade não a impede de realizar diversos trabalhos domésticos











Cleber França


Rosalina atravessou as décadas a partir da adolescência pobre e com dificuldades no interior de Minas Gerais; hoje, aos 105 anos, vive em Paranavaí
David Alves

Rosalina Gusmão, de 105 anos, é a mais idosa moradora de Paranavaí e, talvez, de todo o Noroeste. Apesar da idade, ela esbanja saúde, vitalidade que ela atribui ao trabalho na lavoura iniciado no interior de Minas Gerais. “Ela sempre trabalhou na roça com culturas de milho, feijão e arroz”, contra o filho Raimundo Gusmão
As condições de trabalho à época da adolescência de Rosalina eram quase desumanas. As leis, precárias, não alcançavam o campo e em muitas circunstâncias a exploração chegava às raias da escravidão .
“A situação era muito ruim. Pagavam muito mal. A gente praticamente trabalhava pela comida”, conta Raimundo sem esconder as lágrimas.
As necessidades eram muitas, mas se faltava comida sobrava afeto. “Passamos por muitos problemas desde que me conheço por gente. A situação só começou a melhorar quando viemos para cá”, acrescenta, com a emoção estampada no rosto como se a cada lembrava revivesse novamente as agruras do passado.
Rosalina ouve o filho em silencia, como a corroborar suas declarações de mãe que partilhou cada momento de dificuldades com o coração em pratos. Mas ela não é assim tão silenciosa quanto aparenta.
”Normalmente ela fala bastante e tem uma ótima memória. Sempre conta algo sobre quando era nova, lembra das dificuldades para criar os filhos e também para conviver com o segundo marido”, diz.
Raimundo acrescenta que o ex-marido bebia muito e ao final de um cansativo dia de trabalho enfrentava suas agressões. Depois que o segundo marido morreu ela nunca mais se casou, ainda que tivesse à época pouco mais de 50 anos. Nas últimas décadas Rosalindo teve apenas a companhia dos filhos.
“Foi uma experiência muito negativa para ela. Não quis mais saber de casar”, diz Raimundo Gusmão, que jamais ficou longe da mãe em 56 anos.
A primeira filha de Rosalina ainda vive em Minas Gerais e foi a única que optou por continuar vivendo na região do cerrado mineiro.
No entanto, ainda mantém contato com a família. “Meu irmão, esteve lá no ano passado e nossa irmã está bem, com 82 anos”, reitera.
Rosalina Gusmão e a família vieram para o Paraná trazidos pelo segundo filho que já vivia na região Noroeste no auge da cafeicultura.
“Meu irmão veio pra cá e ficou dois anos, depois foi buscar a gente em Minas. Começamos a trabalhar na produção de café. Até hoje minha mãe lembra desse período. Ela colheu muito café.”, revela Raimundo Gusmão.
Raimundo Gusmão diz que muitas pessoas duvidam da idade de sua mãe, já que ela é forte e saudável. “Daí mostrou seu registro de nascimento”, explica, lembrando que Rosalina faz questão de realizar diversas atividades domésticas, como lavar roupa e limpar a casa.

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